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TELEMEDICINA E SAÚDE DIGITAL

11/08/2020 - A telemedicina e o idoso

Diante da pandemia de Covid-19, a Telemedicina ganhou destaque no Brasil com o aumento significativo de médicos que aderiram à metodologia para monitorar e acompanhar pessoas em isolamento. Nesse cenário, surge a questão: como atender a população idosa – grupo de risco do coronavírus – através de recursos digitais?

“O especialista precisa conhecer seu público. Não dá para fazer Telemedicina sem conhecer as limitações do idoso. É fundamental adaptar essa modalidade de atendimento às necessidades pontuais observadas, porque você lida com pacientes de diferentes níveis de cognição, além daqueles que nunca usaram um aparelho digital”, responde Mauricio de Miranda Ventura, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) – São Paulo.

Segundo o especialista, a SBGG tem seguido as normas e recomendações da Lei 13.989/20, da Portaria 467/20 do Ministério da Saúde e do Ofício 1.756/20 do Conselho Federal de Medicina, que autorizam atendimento a distância enquanto durar a crise sanitária. “A Resolução 1.643/2002 do CFM já estabelece regras de viabilidade, de sigilo de dados e de gravação audiovisual para garantir que há relação médico -paciente responsável. Na Geriatria, seguimos essas orientações, embora frisemos que nem tudo dá para resolver por videoconferência. A primeira consulta, necessariamente, precisa ser presencial”, destaca Ventura.

ADAPTABILIDADE 

“Do ponto de vista médico, a Covid-19 é uma situação que muda a cada dia. Entre suas muitas vítimas, os mais velhos são os mais incidentes. A Geriatria aborda uma realidade também distinta. Pela primeira vez na história, lidamos com uma população de magnitude de idosos. Nas pandemias anteriores, a prevalência de pessoas idosas na comunidade e as possibilidades médicas eram completamente diferentes”, sintetiza o geriatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Luiz Eugênio Garcez Leme. 

Para ele, um dos principais desafios que o coronavírus trouxe é saber como lidar com seu aspecto multifacetado, o que inclui as diferentes possibilidades clínicas e suas limitações, além da obtenção de informações científicas na rapidez necessária e das mudanças estruturais exigidas nos hospitais.

“Temos de pensar em uma abordagem ética dessa população e na condição pela qual está envolvida, incluindo a sua família, pois vamos conviver ainda por muito tempo com essa nova realidade”, completa Garcez Leme.

Nesse aspecto, Ventura, também presidente do Departamento Científico de Geriatria e Gerontologia da Associação Paulista de Medicina, acrescenta que, embora a Telemedicina já seja realidade e um caminho sem volta, a sua adaptação à população idosa não será fácil.

“É cada vez mais comum observarmos pessoas com mais idade interagindo em aplicativos e em grupos de mensagens com seus familiares. Quando falamos de plataformas médicas, não é algo impossível, mas depende de treinamento, alguém que sente ao lado dele para ensinar aquele novo tipo de assistência”, explica. 

Com relação aos especialistas, principalmente os que estão agindo na linha de frente de combate à Covid-19, ele conta a experiência de atuação no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual. Muitos profissionais têm se adaptado aos recursos on-line 

“Os médicos mais velhos, por serem do grupo de risco, foram deslocados e hoje são assessorados por técnicos que implementaram o sistema de consultas virtuais. De maneira geral, estamos aprendendo a trocar pneu com o carro andando.” 

O presidente da SBGG-SP também relata que, apesar da burocracia e dos problemas de financiamento, o Sistema Único de Saúde tem se ambientado à nova realidade. “No hospital público onde trabalho, não posso dizer que estamos tão atrasados assim. A necessidade de material e de adequação pessoal está mais lenta em comparação à saúde suplementar, lógico, mas avançamos muito nos últimos três meses. Pouco tempo atrás, nem falávamos de Telemedicina. Agora, já abordamos a questão. 

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