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TELEMEDICINA E SAÚDE DIGITAL

16/12/2020 - Gastroenterologia se beneficia de avanço tecnológico

Iniciada em 2019, a série da Revista da APM sobre as iniciativas em Telemedicina e Saúde Digital nas especialidades abordou, nas edições passadas, Anestesiologia, Pediatria, Patologia, Pneumologia, Psiquiatria, Endocrinologia, Geriatria e Oftalmologia. Foram tratados temas como as dificuldades de implementar ações digitais no Brasil, as transformações em medicamentos e equipamentos e, mais recentemente, o impacto da Covid-19 nesse cenário.

Nesta edição, a série termina trazendo à tona a Gastroenterologia. E muito antes de os gastroenterologistas utilizarem plataformas de vídeo para se conectarem a seus pacientes, a Telemedicina já era praticada na Idade Média. Eram épocas de pragas na Europa e há relatos de médicos que se isolavam em uma margem do rio e atendiam os doentes que estavam na outra margem, comunicando-se por um intermediário no meio do rio. Compartilha a história Marcelo da Silva Pedro, presidente do Departamento Científico de Gastroenterologia da Associação Paulista de Medicina. 

Voltando aos tempos atuais, o especialista vê com bons olhos o crescimento da presença das tecnologias na Gastroenterologia. “Há pacientes que necessitam de acompanhamento mais próximo, principalmente os de doenças inflamatórias intestinais. Por tomarem medicamentos imunossupressores, estão mais suscetíveis às doenças oportunistas [como a Covid-19]. E o atendimento a distância é muito benéfico a eles.”

Segundo Eduardo Usuy Jr., coordenador da Comissão de Assuntos Digitais da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), a especialidade percebeu um aumento muito grande da presença da Telemedicina com a chegada da pandemia. Por outro lado, ressalta: “A consulta presencial jamais será substituída pela consulta a distância. Ela é mais efetiva, eficaz e segura para o médico. Mas existe um nicho de pacientes que se beneficia das consultas a distância, por exemplo de locais distantes que precisam de especialistas em grandes centros.”

Esse boom da Telemedicina, em seu entendimento, também chamou a atenção dos especialistas à tendência de queda do uso do papel. “Já enviamos receitas, pedidos de exames, relatórios, atestados etc. por e-mail ou mensagem de texto. Isso traz segurança maior ao médico, além de mais organização no prontuário. Mesmo nos pacientes atendidos presencialmente. Essas ferramentas servem para que os médicos tenham mais tempo de atenção aos pacientes, para exercerem a Medicina como arte. Não para distanciá-los, que era o medo de alguns. Pelo contrário”, argumenta Usuy Jr. 

O PORVIR 

Para o futuro da Gastroenterologia, Marcelo Pedro imagina a evolução dos métodos diagnósticos, como a capsula endoscópica. Engolida por um paciente, ela tira fotos do tubo digestivo e envia ao médico por radiofrequência. Embora utilize o procedimento em sua clínica privada há 12 anos, o especialista aponta que a tecnologia ainda é cara e de uso limitado. A sua previsão, entretanto, é de que em alguns anos ela seja popularizada com os custos diminuindo ano a ano. “Ela irá ficar tão barata que, ao chegar com dor de estomago no médico, ele não te mandará agendar uma endoscopia, exame invasivo que necessita de jejum e acompanhante, e sim te dará a pílula imediatamente”, analisa.

Usuy Jr. ressalta que inteligência artificial (IA), big data, machine learning e outras tecnologias já estão transformando a especialidade com, por exemplo, algoritmos para facilitar a tomada de decisão do médico e individualizar o tratamento dos pacientes. “Já vemos evidências científicas de IAs auxiliando os médicos na interpretação das imagens de endoscopia e colonoscopia. É algo consolidado, embora ainda não seja realidade comercialmente.” 

O que irá ocorrer de mais disruptivo na especialidade, porém, segundo o coordenador da Comissão de Assuntos Digitais da FBG, é o acompanhamento do paciente fora do consultório médico. “O paciente pode registrar o diário alimentar em um aplicativo, descrever sintomas no celular, monitor peso por um relógio ou indicar o uso de medicamentos. A gente conseguirá ter mais dados e acompanhá-lo melhor. A consulta não se encerrará quando ele sair do consultório e vamos avaliar melhor as respostas às nossas condutas.” Tudo isso, finaliza Usuy Jr., contribui para a individualização dos tratamentos. 

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