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HISTÓRIA DA MEDICINA

18/04/2020 - PIONEIRISMO E DEDICAÇÃO

Dando continuidade à série “História da Medicina” – seção da Revista da APM que relembra importantes médicos brasileiros dos últimos 90 anos – recordamos a trajetória de Adib Jatene. Durante sua carreira, o cardiologista realizou mais de 20 mil cirurgias e inovou a sua especialidade através da criação de novas técnicas.

Nascido em Xapuri, no Acre, Jatene é filho de imigrantes libaneses. Alguns anos após a morte de seu pai, em decorrência de um quadro de febre amarela, ele se mudou com a família para Uberaba, no interior de Minas Gerais, onde teve a oportunidade de terminar os estudos escolares.

Ao fim do Ensino Médio, o futuro cardiologista havia tomado uma decisão: se mudaria para São Paulo e lá estudaria engenharia no Colégio Bandeirantes. Os planos, no entanto, mudaram e ele se dedicou à Medicina após ser aprovado na Universidade de São Paulo – local em que anos mais tarde se tornaria docente. 

CARREIRA PROLÍFICA

Na USP, Adib Jatene foi aluno de Euryclides Zerbini, tendo ingressado em sua equipe no quarto ano do curso. Em maio de 1951, instrumentou a primeira operação de estenose mitral ao lado do professor. Graduou-se aos 23 anos e realizou pós-graduação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, sendo orientado pelo mestre.

No ano de 1955, o médico voltou para Uberaba para atuar como professor de Anatomia Topográfica na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Lá, se tornou pioneiro em cirurgia torácica e desenvolveu técnicas que viriam a se tornar reconhecidas nacional e internacionalmente. Foi na FMTM onde construiu o seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial.

Em 1958, Adib Jatene retornou para o HC/FMUSP e, paralelamente, passou a atuar no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde, instituição em que foi chefe do Laboratório Experimental e de Pesquisa, chefe da Seção de Cirurgia, diretor médico e diretor geral.

Foi, ainda, organizador da Oficina de Bioengenharia, na qual estudavam, planejavam e desenvolviam uma série de instrumentos e aparelhos médicos, alguns deles, inclusive, nunca utilizados anteriormente. A Oficina deu origem à Fundação Adib Jatene, em 1984, que tem como um de seus objetivos levar atendimento aos pacientes cardiológicos na saúde pública. 

Jatene também exerceu diversos cargos importantes em instituições de renome. Foi diretor-geral do Hospital do Coração, do Sírio-Libanês, sócio fundador e primeiro presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre outros. Foi, inclusive, membro da Academia Nacional de Medicina. 

ALÉM DA MEDICINA

Apesar de não assumir lados e nem ter adotado um partido, o cardiologista teve marcante atuação política. De 1979 a 1982, assumiu pela primeira vez um cargo público como Secretário Municipal de Saúde. Posteriormente, foi ministro da Saúde em duas ocasiões, durante as presidências de Fernando Collor e de Fernando Henrique Cardoso.

Durante o governo FHC, criou a polêmica Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que tinha o intuito de auxiliar financeiramente o sistema de saúde. Além disso, contribuiu em programas de combate à Aids e participou de uma série de projetos de medicamentos genéricos.

Adib Jatene era um grande admirador de artes e foi presidente do Conselho Deliberativo do Museu de Arte de São Paulo (Masp), além de ter sido dono de uma vasta coleção de quadros que continham obras de artistas como Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi.

Seu falecimento aconteceu no dia 14 de novembro de 2014, em São Paulo, após um infarto agudo do miocárdio. Adib foi casado com Aurice Bisceli Jatene, deixou quatro filhos e os seus feitos permitiram que ele se tornasse mais que um médico, mas um dos precursores da Medicina atual. 

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