Seguindo as homenagens aos grandes nomes que marcaram a história da Medicina nos últimos 90 anos, a Revista da APM celebra, nesta edição, um dos pioneiros da Cardiologia no Brasil. José Eduardo de Souza é um dos maiores nomes da área e foi o responsável por desenvolver técnicas que colocaram a Medicina nacional em um novo patamar.
O homenageado da vez é maranhense, nascido no município de Pedreiras em 30 de janeiro de 1934. O médico se formou na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no ano de 1958, realizou sua especialização em Cardiologia Pediátrica na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, em 1963, e depois de três anos, de volta ao Brasil, ingressou na Universidade de São Paulo (USP) para realizar o seu doutorado na área cardiológica.
Ele foi o responsável por fazer as primeiras cineangiocoronariografias no País, em 1966. E foi grande motivador da implementação da Cardiologia Intervencionista ou Hemodinâmica, área de atuação que ganhou importância nos anos 1970.
Também foi o especialista quem realizou o primeiro exame de cateterismo em todo o País, contribuindo para diminuir o tempo empenhado durante o procedimento e as complicações trazidas por ele, além de ter tornado a prática mais acessível e menos invasiva.
ACLAMAÇÃO INTERNACIONAL
A criação do stent permitiu que o médico alcançasse prestígio e reconhecimento em países como os Estados Unidos e o Japão. A técnica, desenvolvida por José Eduardo, busca introduzir, por meio de um cateter, uma leve prótese de aço inoxidável nas coronárias, prática que revolucionou a Cardiologia.
O especialista foi quem elaborou o stent farmacológico, que permite a liberação do fármaco rapamicina e reduz a reestenose. Ou seja, isso significa que o procedimento impede que a artéria volte a se estreitar no seu local de tratamento e concede de forma contínua a liberação do medicamento na área obstruída.
Tal atuação teve reconhecimento em alguns dos principais jornais estadunidenses, como o The New York Times e o The Wall Street Journal, além da revista Times, que classificaram José Eduardo como um dos protagonistas da Cardiologia Intervencionista mundial.
Além disso, foram publicadas matérias que condecoram o desenvolvimento do stent como uma das mais fundamentais descobertas para o tratamento de doenças cardiovasculares. Desta forma, a contribuição científica do especialista fez com que ele seja conhecido por ser um dos brasileiros que mais auxiliou o avanço da Medicina ao redor de todo o mundo.
HISTÓRICO DE ATUAÇÃO
José Eduardo de Souza atua como livre-docente de Cardiologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Também é professor e orientador de pós-graduação de Cardiologia na Faculdade de Medicina da USP.
Entre os anos de 1983 e 2004, foi diretor do Instituto Dante Pazzanese, um dos maiores centros voltados para a Cardiologia em todo o País, e atualmente é membro da Academia Nacional de Medicina.
Aos 86 anos, segue focado em estudar, aprender e aperfeiçoar suas técnicas – características que definem tão bem a sua trajetória profissional. Assim, José Eduardo continua se caracterizando como um exemplo de dedicação e empenho em sua área.
Finalizando a série de 90 fatos que marcaram a história de Medicina, a Revista da APM traz informações da última década
Dedicado à Neurologia do esporte, o módulo foi coordenado por Acary Bulle de Oliveira. Na primeira aula, Ricardo Arida abordou o tema “Esportes e cérebro humano: uma perspectiva evolutiva”.
Carlo Domenico Marrone foi o coordenador do debate sobre Neurofisiologia, que teve início com Wilson Marques Junior falando sobre “Como a Eletroneuromiografia pode auxiliar na Diferenciação entre Neuropatias Hereditárias e Neuropatias Adquiridas”.
Após as conferências, começaram as últimas mesas científicas do evento. Neste espaço, Ana Cláudia Piccolo coordenou os debates sobre Neuro-oftalmologia.
Em mesa dedicada à Neuro-otologia, a primeira palestrante foi Emanuelle Roberta da Silva Aquino, que trouxe o tema “Anamnese: como identificar os diferentes tipos de tontura/vertigem?”.