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Em continuidade à aproximação com os médicos do interior, da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo - no sentido de se desenvolver estratégias para valorização dos honorários dos profissionais que atuam na saúde suplementar - na noite da última segunda-feira, 14 de junho, a Associação Paulista de Medicina se reuniu virtualmente com representantes das Regionais Barretos e Bebedouro, que compõe a 13ª Distrital da entidade.

O diretor de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury, explica que a ideia de unificação das negociações com os planos de Saúde partiu da crescente entrada de grandes operadoras no interior, como a São Francisco (hoje Hapvida), que remuneram indignamente o profissional, além das dificuldades dos médicos do interior em negociar melhores honorários e condições de trabalho.

“É comum vermos alguns planos pagando em torno de R$ 50 a consulta, enquanto aqui em São Paulo já praticamos de R$ 110 a R$ 120. Por isso, decidimos fazer esse trabalho, com a ideia de padronizar as propostas para todo o estado de São Paulo, inclusive dando assistência pessoal durante esses encontros”, informa Marun.

O trabalho é encampado pela Comissão de Negociação de Honorários Médicos [confira a pauta de negociações para 2021/22], que tem apoio da Academia de Medicina de São Paulo e das sociedades de especialidades paulistas e nacionais com sede em São Paulo. O diretor de Defesa Profissional acrescenta que a ideia é ampliar o grupo para as outras cidades, respeitando a particularidade de cada região.

O diretor adjunto de Defesa Profissional da APM, Roberto Lotfi Júnior, reforça sobre a necessidade de união da classe para enfrentar os convênios canibalescos. “Evidentemente, sabemos da qualidade, do poder, dos desafios e de certa estabilidade que as Unimeds dão aos seus cooperados, de acordo com as particularidades de cada cidade. Sabemos também que planos como Hapvida e Amil têm apenas e absurdamente interesse financeiro, e nós médicos teremos dificuldades para enfrentar todo esse poder econômico. Por isso, o nosso plano é tentar negociar de forma conjunta para nos fortalecer.”

Experiências

O diretor da 13ª Distrital da APM e presidente da APM Barretos, Osvaldo Caiel Filho, informa que a cidade possui em torno de 24 mil vidas conveniadas e que a Unimed e planos como a Hapvida remuneram similarmente.

“Vem crescendo muito o plano Austa na cidade, e pagam em torno de R$ 60 a R$ 68 aos médicos. A Unimed, em torno de R$ 70. É muito complicado. Tentamos algumas vezes reunir a classe com a ideia de exigir uma remuneração digna. Mas muitos, em assembleia, disseram que não iriam cumprir as reivindicações porque precisavam sobreviver com o ganha pão deles. Muitos colegas são novos, começando na profissão. Precisamos de apoio, de uma força maior para que as nossas negociações sejam mais contundentes”, declara.

Ele ainda elogia o sistema cooperativista de Bebedouro. “Gostaria muito que em Barretos fosse igual. Precisamos analisar criteriosamente para melhorar alguma coisa, porque no interior está muito difícil.”

“Aqui em Bebedouro, a Unimed é bem forte, pagando em torno de R$ 100 a consulta ao médico. A maioria da classe é cooperada, são poucos os profissionais que trabalham particularmente ou com algum convênio específico”, destaca Rafael Alves Luquesi, gerente da Regional, que tem como presidente Edgar Cheli Junior.

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