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08/08/2017 - 60 anos em 6 - APM conquista o maior patrimônio desde os idos de 1950
Prezados colegas,
Estou concluindo o mandato como presidente da Associação Paulista de Medicina. Em breve, será empossada uma nova diretoria, a ser eleita ainda este mês. Por isso, é obrigação da nossa diretoria informar a todos os associados aquilo que foi feito neste período com os recursos das contribuições associativas e demais fontes de receita da APM.
Antes disso, é relevante expor brevemente o cenário existente em 2011, quando de nossa posse: havia importante déficit orçamentário, principalmente devido à extinção do selo médico. As sedes da capital, das regionais e do clube de campo careciam de reformas urgentes, a estrutura administrativa era onerosa, além de pouco produtiva, e corríamos risco de desapropriação do terreno então utilizado como estacionamento da APM na cidade de São Paulo.
Desenhamos um planejamento para a recuperação financeira, administrativa e patrimonial a ser cumprido ao longo de seis anos. O objetivo: “fazer mais com menos” e “preparar a APM para o futuro”.
Hoje, podemos dizer com muito orgulho que o resultado superou de longe a expectativa inicial. Enfrentamos a pior crise econômica dos últimos 100 anos, período em que todas as entidades congêneres lutaram para sobreviver, com enorme dificuldade.
Na APM foi bem diferente, graças às medidas saneadoras que implantamos. A despeito das tormentas políticas e da Economia, obtivemos superávit de aproximadamente R$ 50 milhões em nossas duas gestões (2011-2017). Isso mesmo utilizando índices abaixo da inflação para a correção da contribuição associativa.
A excelente performance é fruto de forte redução de despesas e aumento de outras fontes de receita, explorando a força da marca APM. Ressaltamos que não houve qualquer prejuízo nos serviços prestados. Simultaneamente, passamos a investir mais e pesadamente na Defesa Profissional, com campanhas públicas, pesquisas e ações permanentes que garantiram recomposição parcial dos honorários médicos diante das perdas acumuladas ao longo do tempo.
O resultado financeiro também nos permitiu reformar as redes elétrica e hidráulica da sede na capital e o clube de campo, principalmente o restaurante, que agora possui ambiente agradável para o lazer de nossos associados.
As regionais receberam forte investimento para recuperar seu patrimônio físico, sendo que aquelas que ainda não foram contempladas estão com reformas programadas e dotação orçamentária já reservada para tanto. A obra de maior impacto para a sustentabilidade e o futuro da APM é a construção do edifício de 22 andares no terreno do antigo estacionamento da Associação na cidade de São Paulo, que contempla 102 vagas de garagem e 117 apartamentos residenciais. Quando finalizado, será uma nova fonte de renda permanente, garantindo assim receitas tanto no presente quanto no futuro.
O custo total da construção é de aproximadamente R$ 30 milhões. Em torno de 60% da obra já está concluída e paga, sendo que a previsão de entrega é para meados do próximo ano. Essencial ressaltar que não recorremos a qualquer tipo de financiamento. Tudo foi feito com recursos próprios e temos a reserva financeira para a conclusão do projeto.
Podemos afirmar que, desde a década de 1950, quando foi construído o prédio da capital na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, este é o maior aumento patrimonial da APM.
A administração da entidade foi modernizada. Iniciamos cada ano com previsão orçamentária cuidadosamente elaborada, cuja execução é submetida à auditoria permanente. Trabalhamos dentro de um regime de metas e resultados e, desta forma, não há desperdícios financeiros. Todos os gastos são rigorosamente controlados.
Ainda, para concluir nosso projeto inicial, implantamos um modelo de governança corporativa no qual as decisões passaram a ser de um colegiado que envolve toda a diretoria, e não mais uma decisão pessoal do presidente. Desta forma, o resultado deve ser compartilhado por toda a diretoria, que se envolveu fortemente para alcançar este objetivo.
O médico necessita de entidades fortes para defendê-lo. É uma profissão que exige grande dedicação do ser humano, pois são quase dez anos para iniciar a atividade profissional, que exige atualização constante e enormes responsabilidades.
Infelizmente, os médicos têm sido responsabilizados pelas mazelas de um sistema público de saúde subfinanciado.
Foi assim quando nos tornamos o bode expiatório que permitiu a criação do programa Mais Médicos, que em nada modificou a qualidade do atendimento à população, e continua atualmente, com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmando irresponsavelmente que o médico “finge que trabalha”.
A Associação Paulista de Medicina, entidade tradicional fundada há 86 anos, tem a clara percepção de seu papel como legítima representante dos médicos de São Paulo. O trabalho de fortalecimento institucional teve como principal meta dar-lhe sustentabilidade para enfrentar os desafios atuais e futuros.
Podemos afirmar que hoje a APM faz mais com menos e com certeza está pronta para o futuro.
São Paulo, agosto de 2017
Florisval Meinão, Presidente da APM gestão 2011-2017