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Folha de S.Paulo

Diferentemente de outras doenças provocadas por vírus, a Covid-19, após a recuperação do paciente, deixa desagradáveis e diferentes lembranças.

Pode, também, não desencadear sintomas em pessoas que, sem saber, estão contaminando familiares, amigos e vizinhos com a virose (este é mais um importante motivo para a necessidade do constante uso da máscara facial, higiene das mãos e manutenção do distanciamento social, para todos).

Na revista São Paulo Medical Journal, da APM (Associação Paulista de Medicina), os professores Paulo Manoel P. Fernandes e Alessandro W. Mariani analisam eventos que surgem em pacientes recuperados da doença, seus sintomas e complicações crônicas.

Explicam os autores a necessidade de cuidados aos pacientes sobreviventes à Covid-19 que necessitem de tratamento para as constantes queixas, como dispneia (dificuldade para respirar), tosse, dor no tórax, mialgia (dor muscular) e artralgia (dor nas articulações). Essas queixas podem surgir em pacientes que apresentem discreta sintomatologia na fase aguda da doença.

Além dos sistemas respiratório e muscular, complicações crônicas podem surgir na área cardiovascular, renal e neurológica. Nas alterações cardíacas pode surgir a miocardite, de evolução incerta, enquanto alterações neurológicas como a disfunção olfativa pode se recuperar em algumas semanas.

Problemas de memória, alteração na qualidade do sono, depressão e ansiedade também podem estar presentes nos sintomas dos sobreviventes.