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30/07/2014 - Alegrando a Santa Casinha: brinquedo e carinho nas férias

Embora o projeto Alegrando a Santa Casinha já tenha quase sete anos, este é o primeiro em que a ação é realizada em julho. A tradicional ação no Natal continua e a que acontecia no Dia das Crianças foi transferida para o mês das férias quando, por conta do inverno, há mais crianças em tratamento na Pediatria da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Cerca de 200 brinquedos foram distribuídos na última quarta-feira (30).

O palhaço Cebola e sua macaca Chiquinha, presentes desde a primeira visita, voltaram a divertir a todos com as brincadeiras. Dessa vez, a dupla foi acompanhada pelos palhaços e músicos Gica Canjica e Nanácio. A música, a descontração e o afeto já são aguardados pelas equipes, e para a rotina do hospital, tanto de funcionários quanto de pacientes, são renovadores.

"Percebemos uma transformação no ambiente quando é dia da ação. Aliás, o que é feito pelo grupo é bem mais que uma ação, é um ato de preocupação e carinho com o próximo. Em um momento tão delicado para a Santa Casa, nos faz muito felizes preservar a parceria com a APM”, declarou Rogério Pecchini, diretor da Pediatria da Santa Casa.

Os brinquedos foram comprados com verba da APM, com apoio também do Movimento Mulheres da Verdade, parceira desde o início do projeto. O volume adquirido permitirá, ainda, beneficiar outras duas instituições com brinquedos e livros, estes doados pela DCL Editora: a Coopere-Centro (Cooperativa Seletiva) e a Associação Comunitária e Beneficente Nova Sant'Ana.

Pela primeira ou segunda vez

Todos os quartos ocupados foram visitados, alguns com crianças que já conheciam Cebola e Chiquinha, como Vinícius, que retornou esse ano para prosseguir com o tratamento. Em outubro de 2013, durante o Alegrando a Santa Casinha do Dia das Crianças, falamos com o garoto de 12 anos.

Ele nos contou sobre a doença que tinha, a rara linfangiomatose, e como convivia com os tratamentos e remédios. Nesse quase um ano, a vida de Vinícius pouco mudou, assim como seu otimismo. "Tenho que continuar tentando, sei disso. Por enquanto, vou aprender a jogar xadrez”, brincou, sobre o presente que havia acabado de ganhar.

Em outro quarto, encontramos Letícia, agora com 5 anos. No ano passado, a menina ficou tão encantada com Chiquinha que pediu vários abraços da macaquinha. Dessa vez não foi diferente. "É um encanto isso tudo. Minha filha ainda tem mais de um ano pela frente para vencer a leucemia e essa alegria, a brincadeira, dá um fôlego pra gente”, disse a mãe da menina, Walquíria Valentim.

Davi, de 11 meses, veio do Pará em busca de tratamento para as infecções no intestino e baço. "Ele já sabe até quando é a hora da injeção e chora muito. E eu choro junto. Bom ter esse momento de descontração”, disse a mamãe Vasti Oliveira da Paula.

O pequeno Leandro, de seis meses, está internado desde quando nasceu. Vítima de um grave problema neurológico, ele não respira sem a ajuda de aparelhos. Os palhaços chegaram bem na hora do soninho, mas Jéssica, mãe do bebê, disse que ele reagiu à música. "Fiquei surpresa. O rostinho dele mexeu quando os músicos chegaram mais perto”. A alegria da mãe fez com que a visita ao quarto de Leandro fosse mais demorada.

Amor de bisavó

Dona Hermínia Morgado chegou no Pronto Socorro da Santa Casa com o pequenino Matheus, de três meses, que nasceu com um hérnia e passa por tratamento antes da cirurgia. Em casa, ficaram os irmãos, de 2 e 4 anos. Sozinha, a bisavó, de 73 anos, é quem cuida de todos, contando com o dinheiro da aposentadoria. A mãe das crianças mora na rua desde que se viciou em crack e quase não aparece para vê-los. "Tenho muito amor por eles, acho que é isso que me mantém erguida. Esse brinquedinho que ganhei aqui é um dos poucos que o Matheus tem. Obrigada.”