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 Todos os quartos com crianças foram visitados, começando pela ala infantil no prédio da Ortopedia. 

O Departamento de Responsabilidade Social da Associação Paulista de Medicina, realizador da ação, contou novamente com a colaboração do grupo Mulheres da Verdade e da Banda de Palhaços. E para a entrega dos brinquedos, tinha também um simpático Papai Noel.

"Estou desde o início, há cinco anos, e ver nos olhinhos das crianças a felicidade de receber um presente das mãos do Papai Noel é lindo. Sinto-me honrado de fazer parte desse dia tão especial para os pequenos e para as mamães também”, disse Sérgio Paiva, Papai Noel e marido de uma das médicas da Pediatria.

Enfermeiros, médicos, auxiliares e residentes se emocionaram com a visita. Muitos deles, já há anos na Pediatria, aguardam ansiosos para o dia da festa. "Porque isso é uma verdadeira festa para todos aqui. É um momento de descontração, as crianças saem da realidade da doença, assim como as famílias que estão aqui. Quando as crianças entram no hospital, é como se elas e suas mães ou pais deixassem a alegria do lado de fora. Por isso, trazer palhaços, músicos, Papai Noel e pessoas que demonstram carinho é o mesmo que dar um pouco de esperança a todos”, disse Luiz de Castro Sobrinho, enfermeiro-chefe da Pediatria.

Todos os elevadores tiveram as portas adesivadas e, ao final, crianças, acompanhantes, funcionários e colaboradores assistiram à soltura de balões coloridos.

Um dia especial

A pequena Khayene, de 4 anos, tenta vencer um linfoma. A mãe, que procura não deixar de sorrir para a filha, ficou encantada com a visita dos voluntários. "Olha a carinha dela. Está feliz!”, falou Elisete Soares de Querioz. 

Vinicius nem parece ter somente 12 anos. Todas as dificuldades enfrentadas desde que a rara linfangiomatose se manifestou exigiram do menino amadurecimento mais rápido. Acostumado com injeções e medicamentos diariamente, Vinícius fala que tem esperança de um dia ter uma vida normal. Ele ganhou um jogo de cartas e estava ansioso para ler as instruções. "Não sei jogar ainda, mas já aprendo. Gostei do presente”, disse o garoto, ao lado do pai Almiro Ferreira França.

Sensível pelos problemas de saúde de Ezequiel, dona Aparecida Vieira Meira Santana chorou quando o Papai Noel entrou no quarto. A tia deixou o emprego para cuidar do sobrinho, que nasceu prematuro e nunca saiu do hospital. Agora, ela conta as horas para ver o bebê de 5 meses em casa. "Ele recebe alta na sexta-feira. Meu coração começa a ficar mais tranquilo”, disse.

Maria Clara Barnel foi logo esticando os bracinhos para abraçar a macaca Chiquinha, fantoche que o palhaço Cebola leva no colo. Com pouco mais de 1 ano, a pequena Maria Clara se preparava para entrar em cirurgia. Agarrada à filha, a mamãe Stefanni Martinez Lima deu um beijo na menina quando o presente foi entregue. "Ela vai passar por tudo isso vitoriosa, tenho certeza. Agradeço pelo carinho que recebemos hoje. Estamos precisando disso”, disse a mãe emocionada.

Também emocionada ficou Gabrielly, que vai voltar para a casa, no Pará, curada do problema cardíaco e com uma bonita recordação em meio à angústia do quarto de hospital. A menina de 11 anos, internadas há 21 dias, só tinha visto o Papai Noel pela televisão. O sorriso largo revelava o encantamento da Gabi. "Ele é bonito e engraçado”, disse. A mãe Maria Vilma Borges da Silva não sabia se fotografava ou enxugava as lágrimas. "Minha menina tá tão feliz! Olha pra ela! Nunca vamos esquecer esse dia.”

Fotos: Osmar Bustos