SAÚDE E SOCIEDADE

14/06/2021 - Anvisa autoriza ampliação do prazo de validade das vacinas da Janssen contra a Covid

Anvisa autoriza ampliação do prazo de validade das vacinas da Janssen contra a Covid

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta segunda-feira (14) uma ampliação do prazo de validade da vacina produzida pela farmacêutica Janssen, da Johnson & Johnson, contra a Covid-19. Segundo a Folha de S.Paulo com a medida, a validade, que era de 3 meses, passará para 4,5 meses para vacinas armazenadas em temperaturas de 2ºC a 8ºC. A aprovação deve ter impacto direto no uso de 3 milhões de doses da farmacêutica que estavam previstas para chegar nesta terça-feira (15) e que agora são esperadas ao longo desta semana. Inicialmente, a data de validade dessas doses era 27 de junho. A aprovação ocorreu por meio de decisão de diretores em circuito deliberativo —quando todos os diretores se manifestam sobre um tema por meio de sistema específico, sem que haja reunião presencial para isso devido à urgência. O pedido para ampliação do prazo de validade foi feito pela empresa na quinta-feira (10), mesmo dia em que a agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) aprovou a ampliação do prazo de validade da vacina para 4,5 meses naquele país. Em nota, a Anvisa diz que a aprovação "foi baseada em uma criteriosa avaliação dos dados de qualidade dos estudos que demonstrou que a vacina tende a se manter estável pelo período (4,5 meses)". Aponta ainda ter considerado decisão recente da agência norte-americana. A agência lembra ainda que a medida vale para a vacina armazenada na temperatura de 2ºC a 8ºC. Quando armazenada entre temperaturas de -25ºC e -15ºC, o prazo de validade é de 24 meses, a partir da data de fabricação, informa. Até o momento, a vacina da Janssen é a única já aprovada no país que precisa de apenas uma dose para ter eficácia. O Brasil tem contratos para obter 38 milhões de doses da Janssen neste ano. As entregas estavam previstas para ocorrer entre julho e dezembro. Uma antecipação passou a ser avaliada recentemente. Desde então, o Ministério da Saúde tem dito que pretende acelerar a distribuição caso receba a vacina mais cedo. O plano inicial era distribuir as vacinas às capitais, mas alguns estados já dizem que devem estender as doses para mais municípios. No sábado (12), a pasta chegou a informar a previsão de entrega de 3 milhões de doses para esta terça-feira (15). A data, porém, foi adiada.  

Executivos de farmacêuticas misturam vacinas para maior proteção 

Quando se trata da própria saúde, alguns profissionais da indústria farmacêutica não estão esperando autorização dos governos para combinar duas vacinas diferentes contra a covid-19. Embora pesquisas sobre os efeitos de tomar vacinas distintas ainda estejam em andamento, alguns especialistas que estudaram o método estão combinando doses para obter, segundo eles, maior proteção, destacou o Valor Econômico neste sábado (12). Pelo menos um veterano do setor até atravessou a fronteira para fazer o experimento. “Se você preparar o sistema imunológico com uma determinada tecnologia, obterá uma resposta mais ampla, mais elevada e mais duradoura se reforçá-lo com algo visando o mesmo alvo, mas com base em uma tecnologia diferente”, disse Pierre Morgon, que faz parte do conselho de empresas como Vaccitech e Univercells. Depois de anos lendo pesquisas sobre a mistura de vacinas - conhecido como reforço de vacinação heteróloga -, Morgon concluiu que receber uma dose da vacina da AstraZeneca, que usa um vírus inofensivo como vetor, e outra com a nova tecnologia de RNA mensageiro da Moderna ou da Pfizer, resultaria em uma resposta mais poderosa. Ampliar a imunidade tornou-se especialmente importante, pois variantes mostram certa capacidade de driblar as vacinas. Em abril, Morgon dirigiu algumas horas de sua casa em Lausanne, na Suíça, até uma farmácia em Lyon, na França, para uma tomar a vacina da Astra. Quase oito semanas depois, tomou uma dose da vacina da Moderna na Suíça. Karine Van Hasbrouck, ex-executiva de marketing da farmacêutica francesa Sanofi, recebeu a mesma combinação de Morgon que, segundo ela, “parece muito promissora em termos de resposta imunológica”, escreveu no LinkedIn. Van Hasbrouck não quis fazer mais comentários. Por enquanto, tomar doses de vacinas diferentes provavelmente continuará sendo exceção, e não a regra, mesmo que alguns países explorem essa abordagem. A maioria das vacinas atualmente em uso requer duas doses do mesmo produto. França, Espanha, Finlândia, Suécia, Noruega e Canadá estão misturando vacinas ou estudam a opção para algumas faixas etárias que já receberam a primeira dose da Astra, por causa da preocupação com os raros casos de trombose associados a essa vacina.  

Comissão aprova projeto com regras de descarte de medicamentos 

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços aprovou projeto com regras para o descarte de medicamentos e outros produtos destinados à saúde de uso humano ou veterinário. De acordo com a Agência Câmara o objetivo é evitar que o descarte seja feito no lixo comum ou na rede pública de esgoto, com prejuízos para a saúde e o meio ambiente. Pelo texto, fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de medicamentos deverão adotar a logística reversa, pelo qual o próprio setor empresarial se ocupa do retorno dos produtos descartados pelos consumidores. Farmácias, laboratórios e centros de pesquisas laboratoriais deverão disponibilizar aos cidadãos um local específico para o descarte de medicamentos. Hoje a logística reversa só é aplicada para agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletroeletrônicos. O texto aprovado é o substitutivo do deputado Geninho Zuliani (DEM-SP) ao Projeto de Lei 11186/18, do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), e seis apensados. O substitutivo aproveita pontos dos projetos e de emendas apresentadas na comissão. A nova versão altera a Lei de Resíduos Sólidos. Zuliani defendeu a aprovação do texto. Segundo ele, a lei falhou ao não prever a logística reversa de medicamentos. O deputado afirmou que as substâncias usadas nos produtos de saúde afetam o meio ambiente no longo prazo. O substitutivo prevê outras regras. Por exemplo, os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens dos medicamentos. As bulas deverão conter informações sobre a destinação final ambientalmente adequada de todos os componentes integrantes do produto comercializado, incluindo as embalagens. Os fabricantes e importadores ficam obrigados a efetuar, por meios próprios ou por contratos de terceiros, o transporte dos produtos descartados pelos consumidores até os locais de tratamento final. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado agora pelas comissões de Seguridade Social e Família; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Constituição e Justiça e de Cidadania. 

Bayer aguarda aval para medicamento de hemofilia 

A farmacêutica Bayer está perto de incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) um novo medicamento para hemofilia A, informou o Valor Econômico nesta segunda-feira (14). O produto está em consulta pública na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS, o Conitec, que é a última etapa do processo para o remédio ser oferecido aos pacientes tratados pelo sistema público. O presidente da divisão farmacêutica da Bayer Farma no Brasil, Adib Jacob, disse que com a nova droga a companhia entra nesse mercado no país. O tratamento para hemofilia A, segundo ele, é feito substancialmente pelo SUS, assim como outras doenças, a exemplo da Aids. E esse medicamento, acrescentou o executivo, traz uma inovação em relação aos usados atualmente pelo Ministério da Saúde. Jacob explicou que o remédio da Bayer traz um fator de reposição de longa duração, uma alternativa que reduz a quantidade de infusões feitas no paciente por semana. Na droga usada hoje no SUS, essas aplicações são realizadas quase que diariamente, segundo o executivo. Hoje, no país existem 13 mil pacientes com hemofilia A em tratamento pelo sistema público. “Esse medicamento já é usado nos Estados Unidos e na Europa e tem um perfil farmacocinético mais evoluído, com uma forma de absorção mais lenta”, acrescentou. No Brasil, o medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há pelo menos um ano e desde o final de 2020 está na Conitec. A expectativa da Bayer é que a aprovação para a incorporação ao SUS saia até o próximo dia 15. “Essa alternativa tem o potencial de contribuir não só com a comodidade e qualidade de vida dos pacientes, como também de gerar uma economia importante para os cofres públicos. Isso porque o custo desse tratamento é menor em comparação ao que é oferecido pelo SUS atualmente”, ressaltou Jacob. O executivo afirmou, ainda, que esse medicamento para hemofilia A é um dos 10 lançamentos inovadores que a companhia está trazendo para o mercado brasileiro até 2022.