APM NA IMPRENSA

06/03/2017 - APM ‘joga’ em Airton a responsabilidade de resolver os problemas da saúde

A Associação Paulista de Medicina imputa ao prefeito Airton Garcia (PSB) a responsabilidade em solucionar a crise da saúde no município. Na última sextafeira, 3, a Associação Paulista de Medicina lançou nota em que afirma acompanhar com consternação e preocupação a crise na saúde de São Carlos provocada, segundo ela, pelo chefe do Poder Executivo, depois do fechamento de duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a demissão de quase 90 médicos do Regime de Pagamento Autônomo (RPA). “Como forma de acobertar a ineficiência de sua gestão e a inexistência de uma adequada politica de saúde, o prefeito dirige­se à população de São Carlos buscando responsabilizar os médicos por esta situação, pois já ocupou veículos de imprensa fazendo afirmações que denigrem toda uma classe profissional”, destacam na nota. “A responsabilidade de pôr fim à atual crise é do prefeito Airton Garcia Ferreira; e a Associação Paulista de Medicina repudia com veemência qualquer tentativa de transferir para a classe médica este ônus”.

O diretor de Defesa Profissional da APM, o médico Marun Davi Cury, defende o entendimento entre a categoria e a Prefeitura. “Eu sei que as prefeituras estão preocupadas. A cada ano, a União repassa cada vez menos recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS), o que causa uma sobrecarga. Temos de buscar a solução, o entendimento. Jogar a opinião pública contra o médico não é a melhor maneira. O prefeito tem que saber gerir corretamente a saúde, convocar médicos e promotores para o debate e ele não fez isso. Fechou duas UPAs e jogou a opinião pública contra os médicos. Isso não é uma relação democrática, gestão profissional”, desabafou. CAOS – O presidente da regional da APM em São Carlos, Luiz Tadeu Marques Vicentin, disse que se criou o caos com o fechamento das UPAs para se tentar uma solução. “A Prefeitura faz tão bem TACs [Termos de Ajustamento de Conduta] com o Ministério Público e por que não fez isso para pagar os médicos do RPA? Os médicos não são marginais. Existe um erro de conduta grave quanto à categoria”, destacou. O diretor regional da APM, Luís Eduardo Andreossi, diz que ofensas à classe médica não solucionam o problema da saúde. “As ofensas não são necessárias, mas sim encontrarmos saídas para a crise”.

Prefeitura lamenta manifesto da APM

A Prefeitura de São Carlos lamentou o manifesto da Associação Paulista de Medicina, publicado no site da instituição. “O prefeito Airton Garcia reitera que desde o início do mandato está empenhado em não deixar faltar médicos, nem remédios, nas unidades de saúde do município. Mas para atingir seu objetivo vai trabalhar dentro da Lei. No final de janeiro, convocou 45 médicos do concurso realizado no ano passado. Vinte e cinco médicos foram contratados, sendo 20 plantonistas e 5 especialistas. Nesta semana, convocou mais 83 médicos através de um processo seletivo”. A Prefeitura esclareceu que não demitiu médicos e não fechou as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aleatoriamente. “Os médicos que trabalhavam por RPA decidiram que não iam mais prestar serviço para a Prefeitura por causa da falta de pagamento. E, sem médicos, as Unidades fecharam. O pagamento não estava sendo realizado desde o ano passado, por orientação do Tribunal de Contas do Estado. O relatório do TCE apontou um caso que o salário do médico era de mais de R$ 60 mil”. A Prefeitura informou ainda que o Ministério Público de São Carlos também está investigando os médicos que prestavam serviço para o município. O MP recebeu várias denúncias anônimas que os médicos não cumpriam a jornada de trabalho. A Prefeitura de São Carlos reafirmou que buscará todos os meios legais para oferecer a população um atendimento de qualidade na rede pública de saúde.

Por: Jornal Primeira Página