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12/04/2021 - APM relembra um ano de falecimento de José Marcos Mélega
Em 12 de abril de 2020, a Medicina brasileira recebeu com pesar a notícia do falecimento de José Marcos de Andrade Mélega, filho do ex-presidente da Associação Paulista de Medicina, Henrique Mélega, que liderou os médicos paulistas por duas gestões, entre 1961 e 1964. A seguir, a homenagem da família em ocasião da efeméride.
José Marcos de Andrade Mélega
(06/04/1944 - 12/04/2020)
Una furtiva lacrima
Mais do que tudo, José Marcos Mélega amava a vida e o belo. Sempre tentou corrigir as imperfeições da natureza, embelezar o mundo, orientar, fazer o bem e o justo. Magnetizava com sua presença de espírito, suas tiradas, sua gargalhada franca. Se emocionava facilmente – e emocionava a todos – com sua sensibilidade, muitas vezes denunciada pelos seus olhos lacrimosos, una furtiva lacrima.
Procurava tornar o mundo um lugar melhor, sempre, para quem estivesse a sua volta. Importava-se com tudo e com todos, de seu jardineiro aos velhos amigos, com pequenos gestos e conselhos marcantes. Quando o fim se aproximava, disse, com voz sentida, que não tinha medo de morrer, mas sentia pena de não poder mais viver. Não reunir mais a família e os amigos, tomar uma caipirinha, viajar, assistir ao jogo do Palmeiras… sentia cada novo dia como uma dádiva. Amou tanto e foi tão amado.
Por sete anos batalhou contra uma doença implacável. Lutou como um leão, mas nos deixou aos 76 anos recém-completados, com o mundo começando a se transformar pela pandemia. No dia 12 de abril de 2020, um domingo de Páscoa, o alvorecer colheu seu último suspiro. Passado um ano, perdura uma saudade infinita, que não cicatriza. Será lembrado por todos nós que o amamos, com una furtiva lacrima que sempre nos acompanhará.
“Una furtiva lacrima
negli occhi suoi spuntò (...)
Ah, cielo! Si può! Si può morir!
Di più non chiedo, non chiedo.
Si può morir! Si può morir d'amor.”
Gaetano Donizetti, L’elisir d’amore