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30/11/2016 - APM vai à Palmital em auxílio dos médicos da Santa Casa

Diante dos últimos acontecimentos na cidade de Palmital, interior de São Paulo, a Associação Paulista de Medicina (APM), manifestou apoio à anestesista Elisangela Siviero. Houve uma manifestação, em 20 de novembro, na qual a médica anunciou greve de fome por conta dos sete meses em que ela e mais seis colegas trabalharam sem receber da Santa Casa da cidade.

João Sobreira de Moura Neto, diretor de Defesa Profissional da APM, e Roberto de Mello, diretor Administrativo Adjunto, reiteram o trabalho de proteção ao direito dos médicos que é realizado pela entidade em todo o estado e se comprometeram a auxiliar a causa da anestesista. A Associação, agora, irá estudar as medidas cabíveis para que possa ser traçada uma estratégia em favor destes colegas.

A partir do anúncio da greve de fome, se desenrolaram algumas medidas judiciais. A princípio, os médicos entraram em greve. Posteriormente, a Justiça decidiu em favor da Santa Casa de Palmital, obrigando os profissionais a exercerem suas atividades normalmente, mesmo sem receberem por isso, sob risco de pagamento de multa diária de R$ 2 mil pela ausência.

Em seguida, a decisão foi revertida e, apesar de os médicos não serem mais obrigados a atender, não houve acordo para a quitação dos valores em atraso. "Após a grande repercussão do assunto e a queda da liminar, o assunto arrefeceu, como se estivesse tudo bem. Mas a verdade é que estamos desempregados e sem nenhuma porta aberta para dialogar com a Santa Casa, nem para recebermos o que é de direito, nem para abrir perspectivas de recontratação futura”, conta Elisangela.

A anestesista diz que não é fácil deixar a cidade em busca de outra oportunidade, por conta de sua família, já estabelecida na região. Ela foi convidada a ocupar o cargo de anestesista na Santa Casa há 11 anos e conta que – tirando 30 dias anuais de férias – exerce plantão à distância diariamente, 24 horas por dia, sem nunca ter perdido um paciente. "Acredito que esteja faltando zelo da instituição, considerando seu caráter filantrópico. O que estão fazendo agora é contratar outros médicos para nos substituir, porém sem nos pagar.”

Além dos médicos, funcionários da Santa Casa reivindicam salários atrasados e a entrega de cestas básicas. À TV Tem, o presidente da Santa Casa de Palmital, Edson Rogatti, afirmou que o pagamento foi interrompido por conta da falta de repasses da prefeitura local. A administração pública, por sua vez, alega que não há dinheiro porque a arrecadação caiu. Para tentar resolver a situação, a secretária municipal de Saúde, Nádia Ortiz, afirmou que foi enviado um projeto à Câmara para renegociação dos impostos não pagos pela sociedade. O dinheiro recolhido teria como destino a Santa Casa.