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Na última segunda-feira, 28 de junho, a Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM) se reuniu com os representantes da 12ª Distrital da entidade para debater as reivindicações comuns dos médicos paulistas. A Diretoria tem se reunido semanalmente com os profissionais do interior a fim de alinhar as demandas e discutir novas estratégias de valorização.

Segundo Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da APM, se todos os profissionais estiverem alinhados, os médicos ganham muito mais força para negociar em bloco com as operadoras de planos de saúde. Muitas vezes, ele lembrou, os profissionais interioranos têm dificuldades para conduzir esse debate por não contarem com mais sustentação.

“Nós temos que nos preocupar, pois – segundo documento da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), ao qual tivemos acesso – há operadoras ingressando em diversas cidades que oferecem honorários baixos aos médicos, pressionando colegas a atenderem até oito consultas por hora e ameaçando de descredenciamento”, explicou Marun Cury.

Além da verticalização que muitas dessas empresas promovem, é objeto de preocupação da Associação os processos de quarteirização que estão ocorrendo. Ele lembra que muitas prefeituras contratam organizações sociais (OS) para conduzir o Sistema Único de Saúde (SUS) local e essa OS, por sua vez, quarteiriza a atividade para outra empresa, muitas vezes até de outro estado, enfraquecendo cada vez mais o vínculo profissional do médico.

Estratégias
Nesse cenário, a APM Estadual propôs aos colegas da 12ª Diretoria Distrital formas de avançar nas negociações com as empresas locais. “Uma forma de balizar esse movimento é por meio de uma pesquisa para realizar um diagnóstico de situação. Assim, individualizamos as conversas. Afinal, os planos que estão, por exemplo, na 14ª Distrital são diferentes dos que estão na 12ª”, explicou Roberto Lotfi Jr., diretor adjunto de Defesa Profissional.

A seguir, os representantes da 12ª Distrital falaram brevemente sobre o cenário de suas cidades. Sidney Antonio Mazzi, presidente da APM Araraquara, mais do que explicar os meandros da saúde suplementar local, lembrou da necessidade de um trabalho de conscientização com os médicos, sobretudo mais jovens, para que entendam que o trabalho em conjunto favoreceria muito a classe.

Já Luiz Eduardo Lima Fontana, presidente da APM São Carlos, relatou justamente um episódio de união bem-sucedido na cidade. Isso porque os profissionais da Unimed local se uniram para comprar, em leilão, o que restou do hospital privado do município, como forma a evitar a entrada de um plano de saúde conhecido por suas práticas de verticalização e pela desvalorização do atendimento médico.

Wilson Pedro Guimarães Junior, por sua vez, comentou que em Taquaritinga, 100% dos médicos são associados da APM. Na cidade, inclusive, há uma cooperativa com todos os profissionais que, em união com a Associação, se reúne para debater as condições de trabalho e remuneração com os dois planos de saúde locais.

Além dos presidentes Regionais, o 12º diretor Distrital, Luis Henrique Brandão Falcão, também participou do encontro.

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