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11/12/2020 - Aumento de casos de febre amarela em animais alerta população
Segundo dados de Boletim Epidemiológico divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde, entre julho de 2014 e junho de 2019, 19.174 epizootias em primatas não humanos (PNH) foram notificadas suspeitas de febre amarela no Brasil. Neste mesmo período, 13.949 casos humanos suspeitos foram notificados e 2.259 foram confirmados, com 773 óbitos e letalidade de 34,2%.
Os registros de casos humanos de febre amarela se mantêm de modo esporádico na região Amazônica, onde a doença é considerada endêmica. Já na região Norte, foram registrados casos no estado do Pará e do Acre, durante o período de monitoramento.
Durante o monitoramento de 2019/2020, foram notificados 976 casos suspeitos em humanos, dos quais oito ainda permanecem em investigação e 19 foram confirmados, praticamente todos do sexo masculino, com exceção de um.
O primeiro registro de caso confirmado no período aconteceu no Pará, com início dos sintomas em julho de 2019. Outro registro ocorreu no Acre, em um indivíduo vacinado na infância, possivelmente por falha vacinal primária ou secundária, que resultou em óbito.
Em janeiro de 2020, os primeiros casos humanos foram detectados em Santa Catarina, que foi o único estado da região extra-Amazônica a registrar casos no período.
Causas, tratamento e prevenção
A febre amarela é causada por um vírus e sua transmissão ocorre principalmente por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo responsável por passar para o ser humano, entre outras doenças e condições, dengue, chikungunya e zika.
Seus sintomas podem ser confundidos com os da gripe: febre, calafrios, mal-estar e cansaço, podendo apresentar melhora e recuperação após cerca de dois dias ou que podem voltar e se apresentar de forma mais intensa, evolvendo males como febre, convulsões e hemorragia interna.
A prevenção da doença pode ser feita de duas maneiras: por meio da vacinação e da contenção do avanço do mosquito. A vacina deve ser tomada por crianças a partir dos 9 meses de idade, com uma dose de reforço que deve ser aplicada aos 4 anos de idade ou em adultos que vivem em áreas endêmicas, onde a presença da febre amarela em outros pacientes já foi detectada.
A recusa em tomar a vacina pode favorecer que pessoas expostas em áreas com transmissão adoeçam, com risco de óbito, visto que a febre amarela possui elevada letalidade. Assim, é de extrema importância divulgar alertas e recomendações à população, favorecendo a adesão às medidas de prevenção.
Epizootia
A retomada da transmissão na região extraAmazônica ocorreu entre julho e outubro de 2019. Registraram a detecção do vírus em PNH São Paulo (4), Paraná (298) e Santa Catarina (88), apontando a circulação ativa do vírus nos estados e o alerta para o aumento de risco de transmissão à população humana durante o período sazonal.
A partir de novembro do mesmo ano, as confirmações em primatas aumentaram, com dispersão do vírus nos sentidos sul e oeste do Paraná e litoral de Santa Catarina.
A epizootia é uma doença que ocorre em populações animais, semelhante a uma epidemia em seres humanos. Durante o monitoramento, foram notificados 3.321 eventos envolvendo a morte de macacos com suspeita de febre amarela.
Deste número, 390 (11,75%) epizootias foram confirmadas por critério laboratorial, 743 (22,37%) foram descartadas, 535 (16,10%) permanecem em investigação e 1.653 (49,78%) foram classificadas como indeterminadas, por não ter sido possível coletar amostras ou realizar testes adequados.