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04/03/2015 - Autoridades prestigiam início do 32º Congresso Pan-Americano de Mulheres Médicas

Os XXXII Congresso Pan-Americano de Mulheres Médicas, XXII Congresso Brasileiro de Mulheres Médicas e IV Encontro Fenam de Mulheres Médicas do Brasil, organizados pela seção São Paulo da Associação Brasileira de Mulheres Médicas (ABMM-SP), tiveram início na última quarta-feira (4), em cerimônia que reuniu diversas autoridades na Associação Paulista de Medicina (APM).

Ivone Minhoto Meinão, presidente da ABMM-SP e do Congresso, agradeceu a participação de todos no evento, dedicado às mulheres médicas e não médicas, e relembrou que há mais ou menos dois séculos as mulheres têm tentado ingressar na Medicina, enfrentando inúmeras barreiras, todas vencidas. "Infelizmente ainda há pontos a serem vencidos e clamamos mais uma vez por respeito às mulheres médicas desde os bancos universitários. Está em nossas mãos uma tremenda responsabilidade de nos enfronharmos nos temas políticos não apenas que atingem a profissão médicas, mas que também contribuam para retomar a moralidade do Brasil.”

Marilene Rezende Melo, presidente da ABMM Nacional, ressaltou que a entidade é filiada à Associação Internacional de Mulheres Médicas (MWIA), que foi fundada em 1919 por médicas americanas e europeias que foram trabalhar no cuidado aos soldados da Primeira Guerra Mundial e, no entanto, ficaram apenas com os trabalhos mais simples, sendo proibidas de fazer cirurgias, por exemplo. "A MWIA possui 140 países associados, tendo todas as mulheres médicas do mundo mais ou menos os mesmos objetivos.”

Brígida Alvarez, presidente da Alianza Panamericana de Mulheres Médicas, entregou uma faixa simbólica do Congresso, com as bandeiras dos países integrantes, para Ivone Meinão, que será responsável por passa-la para a presidente do próximo Congresso Pan-Americano de Mulheres Médicas, daqui a dois anos.

Diferenças de gênero

O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti Fernandes, considera muito importante as discussões sobre as questões de gênero, já que atualmente formam-se mais mulheres do que homens na Medicina, sendo que elas já são maioria entre os médicos jovens. "Cinquenta e um por cento da população é de mulheres, índice que atinge 52% entre os eleitores brasileiros. No entanto, apenas 13% das vagas no Congresso são ocupadas por elas e, entre os prefeitos dos municípios brasileiros, apenas 11% são mulheres. Infelizmente, as mulheres ainda não participam como deveriam da política, o que também ocorre nas entidades médicas.”

Representante do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Clóvis Constantino, diretor adjunto de Previdência e Mutualismo da APM, acrescentou que, desde 2009, inscrevem-se mais mulheres do que homens no Conselho. "Em algumas especialidades médicas, elas já são a grande maioria. Sabemos do cuidado que as mulheres têm com tudo em sua vida, e só isso já é importante para melhorar a qualidade da assistência à população.”

Da mesma maneira, o presidente da APM, Florisval Meinão, considerou o evento muito propício, quando olhamos para a luta que as mulheres desenvolveram até hoje, momento em que já são maioria nas escolas médicas. "Elas venceram muitas resistências e com certeza isso tem a ver com o gênero feminino.”

Em seu discurso, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira Filho, lamentou os ataques que a classe médica vem sofrendo desde 2013 por parte do Governo Federal e destacou, por exemplo, a questão das cesarianas. "O Governo deveria estar discutindo como garantir analgesia de parto para todas as brasileiras, e não tentando interferir na prática médica e na escolha da mulher.”

Por fim, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip, afirmou que as mulheres são naturalmente meticulosas, combativas e emblemáticas e que precisam participar cada vez mais da política e das entidades. "Ainda não sinto que temos em São Paulo um programa completo de saúde para a mulher, mas estamos trabalhando em muitos pontos.”

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