SAÚDE E SOCIEDADE

19/10/2021 - Boletim Câmara dos Deputados 19/10/2021

Venda de medicamentos em supermercados divide opiniões em debate

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 1774/19, que permite a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em outros estabelecimentos comerciais, além das farmácias.

Pelo texto, esses medicamentos poderão ser comercializados em supermercados ou estabelecimentos similares. Atualmente, a lei 5991/73 só permite a venda desses produtos em farmácias, drogarias ou a distribuição em postos de medicamentos. A comissão ouviu nesta segunda-feira (18) representantes do governo, dos farmacêuticos, da indústria e dos supermercados sobre a proposta.

Segundo o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva, apesar de não precisarem de prescrição, esses medicamentos exigem orientação para o uso, sob o risco de mascarar sintomas ou causar intoxicação dos usuários. “Pretender abolir a exigência desse espaço específico e adequado, onde as pessoas encontram à sua disposição um profissional habilitado a orientá-las, para dispor os medicamentos nas mesmas prateleiras que bolachas, que achocolatados, não tem para nós outra razão a não ser aumentar os pontos de venda de medicamentos, servindo a meros interesses econômicos e não à saúde”, alertou.

Já a representante do Ministério da Saúde, Ediane de Assis Bastos, lembrou que os MIPs, também precisam ter a dosagem adequada para cada paciente, não podendo ser tratados apenas como produtos.

Uso responsável
O representante da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição, Jorge Raimundo, afirmou que o uso racional desses medicamentos não mascara sintomas, uma vez que 85% dos usuários procuram o médico em até três dias se os sintomas persistirem. “Os MIPs são considerados uma ferramenta acessível para o autocuidado, pois permitem a otimização de recursos dentro do sistema de saúde”, completou.

Já o representante da Associação Brasileira de Supermercados, Maurício Ungari, afirmou que o uso responsável dos MIPs, salva mais vidas do que prejudica, uma vez que desafoga o sistema de saúde para os pacientes que realmente têm necessidade de atendimento.

A relatora da proposta na comissão, deputada Adriana Ventura (Novo-SP), afirmou que a segurança farmacêutica não está em discussão, uma vez que esses medicamentos são considerados pela Anvisa como seguros, e por isso podem ser comprados livremente em farmácias de todo o País. “A gente está discutindo o local de venda", enfatizou. Para ela, ampliar os locais de venda não faria diferença. "Porque eu posso comprar quantas aspirinas eu quiser, que não serei abordada nem no caixa e nem em lugar nenhum pelo farmacêutico que está lá dentro”, ponderou.

Para Adriana Ventura, se os MIPs representam risco à saúde, cabe à Anvisa rever a definição em relação a esses medicamentos, e não apenas limitar seu local de venda, como acontece atualmente.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Presidente da Câmara dos Deputados anuncia volta das atividades presenciais

Foi anunciado nesta terça-feira (19), pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o retorno das atividades presenciais na Casa a partir de segunda-feira (25). Entretanto, o presidente afirmou que serão tomadas algumas medidas sanitárias e administrativas, como a apresentação da carteira de vacinação.

Ato da mesa diretora da Câmara dos Deputados será editado com as novas regras. O deputado Bismarck (PDT-CE), primeiro suplente da Mesa Diretora, explicou algumas regras que serão estabelecidas com o retorno presencial, sendo elas:

•  O envio da carteira de vacinação de cada deputado à primeira secretaria;

• Será mantida a assinatura eletrônica, com presença física na casa através dos totens ou biometrias, contudo, nas votações de mérito será exigida presença no plenário; e

•  Quem tiver comorbidade poderá fazer requerimento para continuar remoto e continuará votando pelo Infoleg.

Subcomissão Permanente da Saúde aprova plano de trabalho

A Subcomissão Permanente da Saúde da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (18), o plano de trabalho apresentado pela relatora, deputada Carla Dickson (PROS-RN).

A criação da subcomissão foi de iniciativa da deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC). A subcomissão havia sido instalada em 2019, onde as dificuldades da saúde foram debatidas e diagnosticadas, e evidenciou a complexidade do sistema de saúde do Brasil. Por isso, a deputada defendeu a necessidade de dar continuidade e implementar as recomendações dos trabalhos feitos pelo grupo em 2019.

Assim, foi definido que a subcomissão, bem como o plano de trabalho aprovado, priorizará em suas discussões o orçamento federal para a saúde em 2021 e 2022, com destaques para a atenção primária à saúde: as imunizações, os serviços de média e alta complexidade. Além disso, serão priorizadas outras áreas que possuem repercussão na saúde como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, associado à produção e distribuição de radiofármacos.

Dessa forma, a subcomissão aprovou a seguinte proposta de cronograma de atividades:

25/10 - Audiência sobre o orçamento federal da área da saúde. Na reunião serão abordados: os recursos aprovados, as alterações, a execução (com destaque para o Programa Nacional de Imunizações, serviços de quimioterapia e radioterapia), necessidades para 2021, peça orçamentária de 2022. Participantes: Sr. Arionaldo Bomfim Rosendo (Ministério da Saúde); Consultor da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados; representantes do CONASS e do CONASEMS.

08/11 - Audiência sobre consórcios de saúde. Na reunião serão abordados: o registro da produção dos serviços prestados pelos consórcios de saúde e o reajuste do SAMU. Participantes: representantes do Ministério da Saúde, do CONASS e do CONASEMS.

10/11 - Audiência com o Relator da área temática da saúde da CMO em reunião conjunta com a CSSF.

22/11 - Reunião temática, com tema a definir, de acordo com dados coletados em audiências prévias.

29/11 - Reunião temática, com tema a definir, de acordo com dados coletados em audiências prévias.

06/12 - Apresentação do relatório parcial.

15/12 - Apresentação do relatório final na CSSF

Documento:
- Plano de Trabalho

 Apresentado parecer ao projeto que estabelece prazo para início de tratamento do câncer por planos de saúde

O deputado José Nelto (PODE-GO) apresentou parecer favorável ao Projeto de Lei 1215/2021, que altera a Lei dos Planos de Saúde, para estabelecer prazos para tratamento de neoplasias malignas.

O autor da proposta, deputado Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS), pretende estabelecer um prazo máximo de sete dias para que as operadoras de planos de saúde disponibilizem tratamento para os pacientes com neoplasia maligna. Caso o paciente apresente metástase, o texto propõe que o prazo para início do tratamento seja de até 48 horas.

Ao defender a aprovação da proposta, o relator argumentou que o tratamento precoce auxilia na garantia do sucesso das terapias contra as neoplasias. Ressaltou que “o projeto, ao definir um prazo breve e razoável para que os pacientes recebam o tratamento indicado, ou a negativa fundamentada, contribui para reduzir as angústias e as perigosas demoras enfrentadas pelos consumidores de planos de saúde e fortalece sua arquitetura protetiva”.

E agora? 

O parecer do relator, deputado José Nelto (PODE-GO), será analisado pela Comissão de Defesa do Direito do Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados.

Documento:
PL 1215/2021
- Parecer favorável do relator, deputado José Nelto (PODE-GO).