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27/01/2022 - Brasil divulga dados de hanseníase
Neste mês, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde lançou um boletim especial do panorama, número e proporção de casos de hanseníase em regiões, unidades da Federação e capitais do Brasil. De acordo com o levantamento, foram registrados 155.359 de infecções, entre 2016 e 2020.
Desses, o sexo masculino tem a maior proporção dos diagnósticos, com 86.225, o que corresponde a 55,5% do total. Com relação à faixa etária, essa predominância foi observada com maior frequência nos indivíduos entre 50 e 59 anos, totalizando 29.587 casos novos.
“Observou-se a maior frequência da doença entre os pardos, com 58,9%, seguidos dos brancos, que representaram 24,1%”, informa o boletim. Sobre as regiões, as maiores proporções encontram-se no Sul e Sudeste, com 69,6% e 41,9%, respectivamente, atingindo a população branca, quando comparadas às outras regiões que tiveram prevalência maior na população parda.
Na variável escolaridade, o predomínio de novos casos foi em pessoas com ensino fundamental incompleto (40,9%), ensino médio completo e ensino superior incompleto (15,1%).
“Quando comparados os anos de 2011 e 2020, observam-se reduções nas taxas de detecção para ambos os sexos e todas as faixas etárias. Entre as mulheres, as maiores reduções ocorreram nas faixas etárias de 30 a 39 anos (61,1%) e de 5 a 9 anos (60,6%). Para o sexo masculino, a maior redução foi na faixa etária de 20 a 29 anos (65,3%) e, em seguida, no grupo de 5 a 9 anos (64,1%)”, acrescenta o boletim.
Distribuição em 2021
Segundo o documento, a crise sanitária de Covid-19, que acarretou restrições e sobrecarga dos serviços de saúde, pode ter ocasionado a redução da taxa de detecção geral nos últimos dois anos.
Dados preliminares de 2021 apontam que o País diagnosticou 15.155 infecções de hanseníase. Do total de casos novos diagnosticados, 625 (4,1%) ocorreram em menores de 15 anos, 12.546 (82,8) foram avaliados quanto ao grau de incapacidade física. “Os estados do Amapá e Roraima diagnosticaram menos de 50 casos novos da doença. O Maranhão ocupa a primeira posição em número de casos novos em menores de 15 anos (126), seguido do Pará e Pernambuco”, completa o boletim.
A Estratégia Nacional para o Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022 traz a visão de um Brasil sem hanseníase, que tem como metas: reduzir para 30 o número total de crianças com grau 2 de incapacidade física; reduzir para 8,83/1 milhão de habitantes a taxa de pessoas com grau 2 de incapacidade física; e implantar em todas as Unidades da Federação canais para registro de práticas discriminatórias às pessoas acometidas pela hanseníase e seus familiares.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e transmissível que causa, sobretudo, lesões de pele, olhos e nervos periféricos. Antigamente conhecida como lepra, seu agente etiológico é a bactéria Mycobacterium leprae. Atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias.
Pode ser curada com a terapia com vários medicamentos, o tratamento precoce evita deficiência.
“A doença pode apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada, é passível de causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis”, alerta o Ministério da Saúde. As autoridades públicas informam ainda que os dados divulgados contribuem para a tomada de decisão e programação das ações em saúde pública.