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No Brasil, em 2020, foram registrados 145.188 casos de malária, de acordo com os dados publicados no mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Quando comparado ao ano anterior, houve uma redução de 7,8% nos registros de casos. Entretanto, o número de casos de malária por Plasmodium falciparum e malária mista - frequentemente associados aos quadros mais graves - aumentou no período.

De janeiro a junho de 2021, foram notificados 65.558 casos, 12,5% a menos em relação ao mesmo período do ano anterior. As áreas rurais apresentaram o maior índice de transmissão da doença, com 36,5% do total de casos autóctones da região amazônica; em seguida estão as regiões indígenas (34,7%) e áreas de garimpo (14,6%). Nestas últimas, observou-se aumento de 94% de casos de malária, devido ao difícil acesso e por possuírem pouca infraestrutura para atendimento.

No Brasil, a malária é uma doença endêmica na região amazônica, composta pelos sete estados da Região Norte, além do Maranhão e Mato Grosso. Na região extra-amazônica, formada pelos demais estados e Distrito Federal, apesar dos poucos casos, a doença não pode ser negligenciada, pois o retardo do diagnóstico e do tratamento pode desencadear a internação e até o óbito do paciente.

Ao longo dos anos, as mortes por malária, bem como as internações, vêm sofrendo reduções significativas. Porém, em 2020, o número de óbitos aumentou 18,9%, tendo sido registrados 44. Por outro lado, verificou-se redução de 30,1% no número de internações pela doença no Brasil. A região extra-amazônica apresentou a maior redução, de 35,7%, passando de 207 internações em 2019 para 133 em 2020.

Casos importados

De janeiro de 2020 a junho de 2021, o País notificou 2.330 casos de malária importados de outros países, segundo dados preliminares. Destes, 97,5% foram importados da região das Américas, 2,5% de países da África e 0,2% (4) de países da Ásia. Dos casos importados das Américas, 53,3% foram da Venezuela, 20% da Guiana e 10,3% da Bolívia.

Em comparação ao número de casos registrados de janeiro a junho dos anos de 2020 e 2021, observa-se redução de 51% dos casos. Os números podem ser reflexos da pandemia de Covid-19. Entretanto, os profissionais mantiveram as ações de prevenção, controle e eliminação da malária, realizando atividades presenciais e remotas, com apresentações sobre o cenário atual e demonstração de estratégias para o enfrentamento da doença.

O boletim ainda informa que a meta global de eliminação da transmissão de malária está estabelecida até o ano de 2035. No Brasil, 22 estados estão em condições de atingir a meta ainda este ano.