O QUE DIZ A MÍDIA
02/07/2021 - Brasil ultrapassa 100 milhões de doses aplicadas de vacinas contra a Covid-19
O Brasil superou ontem a marca de 100 milhões de doses de vacinas aplicadas contra a Covid. Até agora são 74,5 milhões com primeira dose e 25,9 milhões com a segunda, além de 636 mil por dose única. Proporcionalmente, só 16,52% da população acima de 18 anos está totalmente imunizada.
O país mais que dobrou o número de vacinados em junho ante maio. No mês passado, cerca de 28,4 milhões receberam pelo menos uma dose, contra 14 milhões no outro mês.
O Brasil superou, nesta quinta-feira (1º), a marca de 100 milhões de doses aplicadas de vacinas contra a Covid-19. Os 100 milhões se dividem em 74.539.876 milhões de primeiras doses e 25.944.570 de segundas doses. Além disso, entram na conta 636.015 doses únicas.
Proporcionalmente, porém, apenas 16,52% da população com mais de 18 anos (pouco mais de 26 milhões de pessoas) está completamente imunizada (com duas doses ou com vacina de dose única), segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do coronavírus. As informações são coletadas diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
Até recentemente, a maior fatia no bolo da vacina era da Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Trunfo político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ela foi a primeira vacina contra a Covid-19 a ser aplicada no país, em janeiro, e sustentou por um bom tempo a campanha de imunização nacional.
Em seguida, o imunizante da AstraZeneca/Universidade de Oxford, produzido no Brasil pela Fiocruz, começou a ser aplicado, e hoje já responde por fatia maior do que a da Coronavac. As duas vacinas representam, respectivamente, 34% e 57% das primeiras doses aplicadas no país.
A Coronavac e a vacina da AstraZeneca foram os primeiros imunizantes a receberem aprovação emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação no país, em janeiro. Em 23 de fevereiro, veio a aprovação —já definitiva— da vacina da Pfizer. Por fim, em 31 de março, a Anvisa concedeu a aprovação emergencial da vacina da Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson), de dose única.
Com aprovações e contratos posteriores, essas duas últimas representam uma fatia consideravelmente menor de participação no programa brasileiro: 9% são vacina da Pfizer e 0,01% é da Janssen, que só chegou ao país em 22 de junho.
O número absoluto alto de vacinas aplicadas, porém, esconde desafios e atrasos. O governo Jair Bolsonaro (sem partido) recusou diversas ofertas de vacinas no ano passado, impedindo que a imunização começasse antes.
Uma série de emails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostrou a insistência da farmacêutica para negociar vacinas com o governo e a ausência de respostas conclusivas do Ministério da Saúde à proposta apresentada pela empresa no meio do ano passado.
Segundo os documentos da CPI da Covid obtidos pela Folha, a primeira oferta da empresa foi formalizada ao Brasil em 14 de agosto, com opções de 30 milhões e 70 milhões de doses, e tinha validade até o dia 29 daquele mês. O contrato com a Pfizer só foi assinado em março de 2021.
Sobre a Pfizer, Bolsonaro disse a frase já antológica: “Se tomar e virar um jacaré é problema seu. Se virar um superhomem, se nascer barba em mulher ou homem falar fino, ela [Pfizer] não tem nada com isso”, afirmou em dezembro.
Além disso, desprezou, ironizou e criticou a Coronavac. Bolsonaro chegou a comemorar o fato de o estudo da vacina ser interrompido para verificação de um óbito —um suicídio— que havia ocorrido em um dos participantes do estudo, e em outubro de 2020 desautorizou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia anunciado acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac. Além de tudo, insistiu na oferta do chamado tratamento precoce, sem eficácia comprovada.
Um dos desafios na campanha de vacinação é a aplicação da segunda dose. Segundo o UOL, boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde aponta que pelo menos 3,8 milhões de brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não foram receber a segunda e estão com o esquema vacinal atrasado. Em maio e em junho, muitas capitais também interromperam a aplicação das vacinas por falta de doses.
Outros obstáculos são as variantes de preocupação — mesmo países com altas taxas de vacinação, como é o caso de Israel, tiveram que retomar restrições (como o uso de máscaras em locais fechados) ao ver o nível de contágios crescer devido às variantes.
O Brasil ainda mantém uma alta taxa diária de mortes e novos casos por Covid-19, junto com baixo isolamento social. Segundo o consórcio, nesta quinta-feira foram registrados 1.943 óbitos pela doença e 63.035 novos casos da doença. Ao todo, são 520.189 mortes e 18.622.199 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.
A média móvel de mortes agora se encontra em 1.558 óbitos por dia —é o 12º dia consecutivo de queda no dado.
Número de vacinados mais que dobra de maio para junho DELTAFOLHA Flávia Faria e Diana Yukari
são paulo O Brasil mais que dobrou o número de pessoas vacinadas contra a Covid-19 em junho em comparação com maio. No mês passado, cerca de 28,4 milhões receberam ao menos uma dose do imunizante, contra 14 milhões no mês anterior.
Na prática, 13% dos brasileiros com mais de 18 anos se juntaram ao grupo de parcialmente vacinados no último mês, contra 6% em maio. No total, são mais de 45% dos adultos com no mínimo uma dose desde o início da campanha.
Desde o dia 17, a média móvel passa de 1 milhão de pessoas vacinadas por dia com a primeira dose ou com a vacina de dose única da Janssen (disponível desde a semana passada). No mesmo período de maio (do dia 17 ao dia 30), a média girava em torno de 460 mil aplicações por dia.
Os dados são das secretarias estaduais de Saúde, coletados pelo consórcio de veículos de imprensa formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.
Alguns dos motivos para a aceleração na vacinação são a disponibilidade de vacinas e o tipo de imunizante oferecido.
Houve um aumento de 16% no número de doses entregues aos estados na comparação com maio, segundo dados do Ministério da Saúde.
Além disso, em junho houve mais remessas da vacina da Pfizer, cujo intervalo entre doses adotado no Brasil é de três meses. Como as primeiras chegaram no fim de abril, ainda não houve aplicação do reforço, e os imunizantes que chegam ao país têm sido usados como primeira dose.
No mês passado, os imunizantes da Pfizer representaram 18% do total de aplicações da primeira dose, ante 10% em maio. Já as vacinas da AstraZeneca e da Coronavac, que integram a campanha desde janeiro, têm parte das remessas destinadas à aplicação da segunda dose, para completar o esquema vacinal.
Em junho também foi repassado pela primeira vez cerca de 1,5 milhão de doses da Janssen, uma vacina que não necessita de reforço. Dessas, ao menos 500 mil haviam sido aplicadas até a quarta (30).
Entre os estados, 17 tiveram aumento de ao menos 90% no número de vacinados com ao menos uma dose no mês passado. Quem mais se destacou foi Roraima, que aumentou 611% a quantidade de imunizados: foram 37 mil em maio, contra 263 mil em junho.
Em seguida vem o Ceará, que vacinou 1,5 milhão de pessoas no último mês, 1,2 milhão a mais que em maio (aumento de 350%).
O governador do estado, Camilo Santana (PT), afirmou que pretende vacinar todos os adultos com ao menos uma dose até o fim de agosto. Nesta semana, Fortaleza está imunizando pessoas com 36 anos ou mais.
Já João Doria (PSDB-SP), afirmou que todos os paulistas com mais de 18 anos receberiam a primeira dose ou a dose única até setembro. O calendário na capital, contudo, já sofreu alterações por falta de imunizantes para cumprir o planejamento.
Até esta quinta (1º), o estado havia imunizado cerca de 55% dos paulistas adultos com parte do esquema vacinal, e quase 20% estão totalmente vacinados.
O Brasil superou, nesta quinta-feira (1º), a marca de 100 milhões de doses aplicadas de vacinas contra a Covid-19. Os 100 milhões se dividem em 74.539.876 milhões de primeiras doses e 25.944.570 de segundas doses. Além disso, entram na conta 636.015 doses únicas.
Proporcionalmente, porém, apenas 16,52% da população com mais de 18 anos (pouco mais de 26 milhões de pessoas) está completamente imunizada (com duas doses ou com vacina de dose única), segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do coronavírus. As informações são coletadas diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
Até recentemente, a maior fatia no bolo da vacina era da Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Trunfo político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ela foi a primeira vacina contra a Covid-19 a ser aplicada no país, em janeiro, e sustentou por um bom tempo a campanha de imunização nacional.
Em seguida, o imunizante da AstraZeneca/Universidade de Oxford, produzido no Brasil pela Fiocruz, começou a ser aplicado, e hoje já responde por fatia maior do que a da Coronavac. As duas vacinas representam, respectivamente, 34% e 57% das primeiras doses aplicadas no país.
A Coronavac e a vacina da AstraZeneca foram os primeiros imunizantes a receberem aprovação emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação no país, em janeiro. Em 23 de fevereiro, veio a aprovação —já definitiva— da vacina da Pfizer. Por fim, em 31 de março, a Anvisa concedeu a aprovação emergencial da vacina da Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson), de dose única.
Com aprovações e contratos posteriores, essas duas últimas representam uma fatia consideravelmente menor de participação no programa brasileiro: 9% são vacina da Pfizer e 0,01% é da Janssen, que só chegou ao país em 22 de junho.
O número absoluto alto de vacinas aplicadas, porém, esconde desafios e atrasos. O governo Jair Bolsonaro (sem partido) recusou diversas ofertas de vacinas no ano passado, impedindo que a imunização começasse antes.
Uma série de emails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostrou a insistência da farmacêutica para negociar vacinas com o governo e a ausência de respostas conclusivas do Ministério da Saúde à proposta apresentada pela empresa no meio do ano passado.
Segundo os documentos da CPI da Covid obtidos pela Folha, a primeira oferta da empresa foi formalizada ao Brasil em 14 de agosto, com opções de 30 milhões e 70 milhões de doses, e tinha validade até o dia 29 daquele mês. O contrato com a Pfizer só foi assinado em março de 2021.
Sobre a Pfizer, Bolsonaro disse a frase já antológica: “Se tomar e virar um jacaré é problema seu. Se virar um superhomem, se nascer barba em mulher ou homem falar fino, ela [Pfizer] não tem nada com isso”, afirmou em dezembro.
Além disso, desprezou, ironizou e criticou a Coronavac. Bolsonaro chegou a comemorar o fato de o estudo da vacina ser interrompido para verificação de um óbito —um suicídio— que havia ocorrido em um dos participantes do estudo, e em outubro de 2020 desautorizou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia anunciado acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac. Além de tudo, insistiu na oferta do chamado tratamento precoce, sem eficácia comprovada.
Um dos desafios na campanha de vacinação é a aplicação da segunda dose. Segundo o UOL, boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde aponta que pelo menos 3,8 milhões de brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não foram receber a segunda e estão com o esquema vacinal atrasado. Em maio e em junho, muitas capitais também interromperam a aplicação das vacinas por falta de doses.
Outros obstáculos são as variantes de preocupação — mesmo países com altas taxas de vacinação, como é o caso de Israel, tiveram que retomar restrições (como o uso de máscaras em locais fechados) ao ver o nível de contágios crescer devido às variantes.
O Brasil ainda mantém uma alta taxa diária de mortes e novos casos por Covid-19, junto com baixo isolamento social. Segundo o consórcio, nesta quinta-feira foram registrados 1.943 óbitos pela doença e 63.035 novos casos da doença. Ao todo, são 520.189 mortes e 18.622.199 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.
A média móvel de mortes agora se encontra em 1.558 óbitos por dia —é o 12º dia consecutivo de queda no dado.
Número de vacinados mais que dobra de maio para junho DELTAFOLHA Flávia Faria e Diana Yukari
são paulo O Brasil mais que dobrou o número de pessoas vacinadas contra a Covid-19 em junho em comparação com maio. No mês passado, cerca de 28,4 milhões receberam ao menos uma dose do imunizante, contra 14 milhões no mês anterior.
Na prática, 13% dos brasileiros com mais de 18 anos se juntaram ao grupo de parcialmente vacinados no último mês, contra 6% em maio. No total, são mais de 45% dos adultos com no mínimo uma dose desde o início da campanha.
Desde o dia 17, a média móvel passa de 1 milhão de pessoas vacinadas por dia com a primeira dose ou com a vacina de dose única da Janssen (disponível desde a semana passada). No mesmo período de maio (do dia 17 ao dia 30), a média girava em torno de 460 mil aplicações por dia.
Os dados são das secretarias estaduais de Saúde, coletados pelo consórcio de veículos de imprensa formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.
Alguns dos motivos para a aceleração na vacinação são a disponibilidade de vacinas e o tipo de imunizante oferecido.
Houve um aumento de 16% no número de doses entregues aos estados na comparação com maio, segundo dados do Ministério da Saúde.
Além disso, em junho houve mais remessas da vacina da Pfizer, cujo intervalo entre doses adotado no Brasil é de três meses. Como as primeiras chegaram no fim de abril, ainda não houve aplicação do reforço, e os imunizantes que chegam ao país têm sido usados como primeira dose.
No mês passado, os imunizantes da Pfizer representaram 18% do total de aplicações da primeira dose, ante 10% em maio. Já as vacinas da AstraZeneca e da Coronavac, que integram a campanha desde janeiro, têm parte das remessas destinadas à aplicação da segunda dose, para completar o esquema vacinal.
Em junho também foi repassado pela primeira vez cerca de 1,5 milhão de doses da Janssen, uma vacina que não necessita de reforço. Dessas, ao menos 500 mil haviam sido aplicadas até a quarta (30).
Entre os estados, 17 tiveram aumento de ao menos 90% no número de vacinados com ao menos uma dose no mês passado. Quem mais se destacou foi Roraima, que aumentou 611% a quantidade de imunizados: foram 37 mil em maio, contra 263 mil em junho.
Em seguida vem o Ceará, que vacinou 1,5 milhão de pessoas no último mês, 1,2 milhão a mais que em maio (aumento de 350%).
O governador do estado, Camilo Santana (PT), afirmou que pretende vacinar todos os adultos com ao menos uma dose até o fim de agosto. Nesta semana, Fortaleza está imunizando pessoas com 36 anos ou mais.
Já João Doria (PSDB-SP), afirmou que todos os paulistas com mais de 18 anos receberiam a primeira dose ou a dose única até setembro. O calendário na capital, contudo, já sofreu alterações por falta de imunizantes para cumprir o planejamento.
Até esta quinta (1º), o estado havia imunizado cerca de 55% dos paulistas adultos com parte do esquema vacinal, e quase 20% estão totalmente vacinados.
Fonte: Folha de S.Paulo