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03/06/2021 - Brasileiros estão fumando menos, informa Ministério da Saúde

Em 2019, 12,8% da população brasileira mantinham uso de produtos derivados do tabaco, como o cigarro, um número 2,1% menor do que o índice de 2013, de 14,9%. Os dados foram divulgados no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que retirou as informações das edições de 2013 e 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na análise do Ministério, é possível observar que, tanto em 2013 quanto em 2019, a maior prevalência de tabagismo ocorreu entre indivíduos do sexo masculino (índices de 19,1% e 16,2%), e na faixa etária de 45 a 59 anos (20,5% e 15,7%).

Em ambas as PNS, também apresentaram número maior de tabagistas os indivíduos que moram em domicílio rural (17,4% e 14,3%), sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (20,2% e 17,6%) e com rendimento familiar per capita de até meio salário-mínimo (19,3% e 15,5%). Todos os substratos analisados, porém, apresentaram redução do tabagismo.

No recorte territorial, é possível notar que a região Sul permanece como a com mais fumantes no País. Por lá, o índice era de 16% em 2013 e passou a 14,7% na pesquisa mais recente. Em todas as regiões houve redução no tabagismo, mas a queda mais discreta foi no Centro-Oeste, que passou de 13,9% para 13,7%.

O boletim do Ministério aponta, ainda, que a prevalência do consumo de cigarro eletrônico na última PNS, com substâncias que possuem nicotina, foi de 0,6% entre os brasileiros com mais de 15 anos. O uso desses produtos é mais comum nos grandes centros urbanos e entre os jovens de classes sociais de maior renda.

Segundo a análise da Pasta, os jovens que utilizam cigarros eletrônicos são menos propensos a parar de fumar. Fato que reforça a importância de oferecer ações de prevenção a iniciação e promoção da saúde a essa população - que costuma ser mais vulnerável, principalmente com a constante entrada de produtos derivados de tabaco no mercado.

Tabagismo
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, sendo responsável por mais de oito milhões de mortes ao ano no mundo. Até 2030, estima-se que o uso de tabaco será responsável por 10% do total de mortes globais. Cerca de 80% dos fumantes vivem em países de baixa e média renda, onde o peso das doenças e mortes relacionados ao tabaco é maior.

No Brasil, são 161.853 mortes anuais atribuíveis ao tabaco, o que representa 443 mortes por dia, o que leva o tabagismo a ser o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos ajustados por incapacidade.

É considerado uma doença crônica e epidêmica advinda da dependência da nicotina e está classificado no grupo de transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substância psicoativa na Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

O tabagismo é a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo e responsável por mais de 50 enfermidades, tendo as maiores taxas de mortalidades relacionadas ao câncer, à doença cardíaca e à doença pulmonar obstrutiva crônica. Além do custo social e emocional, o impacto do cigarro é da ordem de R$ 125 bilhões para a saúde e economia.