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Os casos de coronavírus tiveram aumento de 2,5% em São Paulo na semana passada, em comparação com a anterior.

No mesmo período, as curvas de internações e óbitos pela covid se estabilizaram, apresentando quedas de 0,2 e 1,3%, respectivamente. A taxa de ocupação de UTI no Estado, porém, está abaixo de 80%, mantendo uma tendência de queda desde 9 de abril, no fim da fase emergencial.

“O aumento de casos é muito preocupante. Isso significa que também vai ter um aumento de casos graves e a necessidade de internação em UTI. Contra a covid, a gente faz uma corrida contra o vírus e a gente só vence reduzindo ao máximo a circulação dele e aumentando a população vacinada. Com esse número alto de casos novos, é temerário adotar medidas de relaxamento.

Não é surpresa que vai aumentar”, diz o sanitarista e professor da FGV Walter Cintra Ferreira.

Apesar do crescimento de casos e estagnação dos outros indicadores, contrariando a tendência de queda registrada nas duas semanas anteriores, membros do Centro de Contingência da Covid-19 defenderam que ainda é cedo para dizer se isso representaria uma nova onda da pandemia no Estado. “Esses dados não indicam que haja necessidade de fazer nenhum retrocesso no nosso plano”, afirmou o coordenador executivo João Gabbardo. “O fato de ter havido aumento de casos da semana anterior para a passada ainda requer um exame mais profundo”, argumentou Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência.” Mesmo diante do sinal de alerta, o governador João Doria (PSDB) se declarou “otimista” em relação ao próximo faseamento do plano de contingência no Estado, que será apresentado amanhã e começará a valer na segunda-feira. De acordo com ele, a expectativa do centro de contingência é de que o Plano São Paulo tenha uma “evolução positiva”.

Cenário. Nesta quarta-feira, houve um aumento de 26 pacientes com covid-19 internados em leitos de enfermaria, em comparação com o dia anterior.
Nos leitos de UTI, que registram ocupação de 78,3% no Estado e de 76,4% na Grande São Paulo, houve queda de 128 internações no mesmo período.

Para Leonardo Bastos, pesquisador na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e membro do Observatório Covid-19 BR, as internações apresentaram queda, mas a taxa de ocupação de UTIs mostra a gravidade da covid19 em relação a outras infecções respiratórias. “A gente monitora, desde 2014, a circulação de vírus respiratórios. Até 2019, tínhamos o limiar de 0,9 internações para cada 100 mil habitantes por semana. Chegou a covid e isso foi para as alturas. Está em 10 hospitalizações por 100 mil habitantes.”

Fonte: O Estado de S.Paulo