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04/07/2019 - Casos de meningite preocupam no estado

Chegou o inverno e os casos de meningite começam a ser registrados em todo o Estado, acendendo luz de alerta de pais e médicos. Levantamento da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo registrou, nos primeiros meses de 2019, 21 mortes causadas pela Neisseria meningitidis (ou meningococo), bactéria causadora da meningite, além de 106 casos comprovados de infestação pela bactéria. Em Piracicaba, entre janeiro e fevereiro deste ano, a Secretaria da Saúde registrou seis casos de meningite, sem morte.

Atualmente, existem vacinas que bloqueiam a ação de vírus e bactérias causadoras da meningite, já que o meningococo circula no país em vários sorogrupos. O principal deles é o sorogrupo C, para o qual existe vacina na rede pública, justamente por saber que ele é o de maior incidência. As crianças são obrigadas a tomá-la, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Como é comum em outras doenças, clínicas privadas oferecem um número maior de vacinas do que as oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Entre as oferecidas em clínicas particulares estão a que combate os tipos A, C, W e Y, que pode custar até R$ 400 na cidade e a da Meningocócica tipo B, que dependendo da idade da criança é dada em três ou duas doses e o valor chega até R$ 1.300. E nessa onda de registro de vários casos, os pais se equilibram nas contas para proteger seus filhos.

De acordo com o pediatra e diretor técnico do CdVac (Centro de Vacinas de Piracicaba), Paulo Tadeu Falanghe, a meningite é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas como meninges. “A meningite é sempre considerada uma doença grave com risco de vida. As meningites que ocorrem com maior frequência são as causadas por vírus e bactérias, com transmissão pela via respiratória. As principais bactérias causadoras de meningite na infância são: o Hemófilus influenza B, o pneumococo e meningococo, existindo vacinas contra todas elas”, explica o especialista.

É a inflamação causada pelo meningococo que se apresenta dividida em vários tipos conhecidos por letras, e com alta contagiosidade: A, B, C, W e Y. Esse tipo de bactéria é mais frequente em crianças, adolescentes e jovens adultos, além de viajantes e peregrinos. “Ao viajar, as pessoas podem ser expostas a meningococos diferentes dos encontrados em seus países. Como nunca foram expostos a essas bactérias, os viajantes têm menos defesas contra elas”, ressalta Falanghe sobre a importância de se vacinar antes da realização de viagens.

SINTOMAS
Os sintomas mais comuns da meningite, segundo o pediatra, são forte dor de cabeça e rigidez na nuca, associados à febre alta, alteração do nível de consciência e vômitos. Em crianças pequenas, somente sintomas inespecíficos podem estar presentes, como irritabilidade e sonolência, além da própria febre e, em bebês, a “moleira alta”.

A doença pode evoluir para quadros graves, levando a sequelas – como surdez, dificuldade de aprendizagem, cegueira, convulsões, entre outras – ou até mesmo a morte. “É muito importante que pessoas com esses sintomas tenham avaliação médica precocemente, pois quanto mais cedo for iniciado o tratamento, mais chance de sucesso na recuperação. O uso de antibióticos é feito logo na suspeita diagnóstica, mesmo antes da confirmação da doença”, afirma Paulo Falanghe.

Texto: Mariana Requena (mariana.requena@jpjornal.com.br)
Foto: Amanda Vieira / JP

Jornal de Piracicaba