DEU NA MÍDIA
11/04/2017 - Cientistas analisam 1.610 genomas para 'seguir passos' da epidemia do ebola
Amostra representa 5% dos casos conhecidos entre 2013 e 2016, maior análise para um surto de uma doença em humanos.
Um estudo publicado nesta quarta-feira (12) pela revista "Nature" juntou os esforços de 93 cientistas de 53 instituições localizadas em 16 países. Foram analisados 1.610 genomas do vírus Ebola entre 2013 e 2016, responsável pela epidemia que matou cerca de 11 mil pessoas.
Essa análise genética representa 5% dos casos conhecidos da doença, maior amostra já analisada para uma epidemia em humanos. Os pesquisadores conseguiram, por meio do cruzamento desses dados, dizer o caminho do vírus nos três países mais afetados: Guiné, Serra Leoa e Libéria. (Assista ao vídeo acima).
Levou-se em consideração 25 fatores que poderiam ter contribuído para a propagação da epidemia pela África Ocidental. Foi confirmada a previsão de que os primeiros casos tenham ocorrido em cidades, e não em regiões remotas e de baixa densidade, e que isso contribuiu para a magnitude da transmissão.
A distância entre as cidades também desempenhou uma função. Quanto menor, mais provável a chegada de viajantes infectados com a "semente" da doença. Metade de todas as dispersões do vírus ocorreu entre locais com menos de 72 km de distância e apenas 5% envolveu movimentos de mais de 232 km.
"Essencialmente, foi totalmente por acaso que a epidemia não se espalhou para mais longe e causou uma crise ainda maior", disse Gytis Dudas, principal autor da pesquisa.
Outras variáveis, como falar a mesma língua, a produção econômica e o clima da região, por exemplo, não tiveram um papel tão significante com relação à aceleração e à desaceleração da doença.
A análise também observou a correlação entre as datas de fechamento das fronteiras e a redução do tráfego do vírus: o movimento dos tipos do ebola passou a ficar dentro de cada país, de acordo com a pesquisa, demonstrando que a estratégia contribui para uma redução da transmissão.
Por: G1