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30/08/2019 - Comportamento sexual não é totalmente determinado pelo DNA, diz estudo

G1

Um grupo internacional de cientistas analisou o papel da genética na definição de comportamentos sexuais e concluiu que não existe um “gene gay”, isto é, um único fator genético que defina se uma pessoa é homossexual, heterossexual ou bissexual.

O estudo será publicado nesta sexta-feira (30) na revista “Science”. A pesquisa diz que, assim como a maioria dos traços de personalidade humanos, também o comportamento sexual de cada pessoa resulta de uma mistura de fatores, genéticos e ambientais.

O artigo científico é uma combinação de grandes pesquisas realizadas em várias partes do mundo. No total, foram analisados 477.522 indivíduos e, portanto, milhões de marcadores genéticos (partes do DNA responsáveis por determinar características e atributos de uma pessoa).

Como foi feito o estudo

Em todas as sociedades humanas, de 2% a 10% dos indivíduos têm atração sexual por pessoas do mesmo sexo. Isso pode ocorrer de forma exclusiva, o que definiria uma pessoa como “homossexual”, ou de forma adicional a parceiros do sexo oposto, o que justifica o termo “bissexual”.

Estudos anteriores já demonstraram que a herança genética influencia, ao menos em parte, o comportamento sexual humano. Mas pouco se sabe sobre genes específicos que possam causar a homossexualidade ou a bissexualidade.

Entre os autores estão cientistas de 11 centros de pesquisa nos Estados Unidos, Austrália, Holanda, Reino Unido, Dinamarca e Suécia. Por meio desse consórcio internacional, os cientistas conseguiram coletar os dados de quase meio milhão de pessoas e compararam seus DNAs.

"Este não é o primeiro estudo que explora a genética dos comportamentos sexuais, mas os estudos anteriores eram pequenos e menos potentes", explicou, em coletiva de imprensa na terça-feira (27), Andrea Ganna, do Hospital Geral de Massachusetts e do Broad Institute, em Boston, nos Estados Unidos.