SAÚDE E SOCIEDADE
19/10/2021 - Congresso Nacional comemora o Dia do Médico
O Congresso Nacional promoveu na manhã desta segunda-feira (18), uma sessão solene em comemoração ao Dia do Médico. A homenagem foi sugerida pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO) e pelos deputados Dr. Zacharias Calil (DEM-GO) e Dr. Luiz Antônio Texeira Jr. (PP-RJ).
O presidente da sessão solene, Deputado Zacharias Calil (DEM-GO), abriu o evento dizendo que falar do profissional de medicina é, em primeiro lugar, tratar de um trabalhador essencial para qualquer sociedade civilizada. No entanto, é preciso lembrar que o Congresso Nacional como um todo também deliberou arduamente sobre temas muito importantes para a medicina nos últimos meses. Foram enfrentadas pautas que impactam diretamente a vida da população, como a tributação na compra de insumos hospitalares, o incentivo a pesquisa, a exigência do uso de EPIs, a prioridade de compra de oxigênio para os hospitais, bem como a permissão de compra de vacinas para Estados e Municípios. O debate sobre esses temas diminui as distâncias entre o Parlamento, a classe médica e a população, beneficiando todos”.
O Dr César Eduardo Fernandes, Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), destacou a gratidão que a população tem pelo médico. “Neste dia em que recebemos essas menções de gratidão e de reconhecimento, eu gostaria de fazer algumas poucas reflexões. Uma das reflexões que eu gostaria de fazer com os senhores é que, no entendimento da Associação Médica Brasileira, a nossa questão não é de haver mais médicos, a nossa questão é de fixação do médico no local em que o médico precisa estar. Não adianta formar um número excessivo de médicos sem qualidade e sem uma política pública estatal de fixação do médico. Acho que, no Governo constituído — e não me refiro a esse Governo, refiro-me historicamente aos Governos de um modo geral há décadas —, há uma dívida que os governantes têm com a população e com a classe médica”. De acordo com o Dr César não adianta reclamar que o médico tem que ir para regiões ribeirinhas, distantes, sem que ele tenha condição, sem que ele tenha uma carreira. “É importante que V.Exas., legisladores, tanto da Câmara dos Deputados, quanto do Senado Federal, debrucem-se sobre essa questão. Não se pode esquecer dessa questão. Não adianta fazer mais escolas, formar médicos desqualificados. É importante que se debrucem sobre essa questão. Ademais, precisa-se de muita responsabilidade para esses avanços da medicina”, enfatizou. Destacou ainda que em países mais avançados já têm a telemedicina com as suas diferentes variantes, incluindo a teleconsulta de forma abrangente, acessível para toda a população brasileira. “Não se pode fazer leis para a telemedicina restritiva que impeçam acesso. E eu vejo movimentos no Senado Federal e em outras entidades querendo restringir o acesso do paciente à telemedicina, à teleconsulta. E eu chamo cada um dos senhores à reflexão sobre esses pontos, porque os considero extremamente importantes”. Não precisamos de mais escolas médicas. “Nós não precisamos de mais médicos. Já estamos formando ao redor 40 mil médicos por ano. Dentro de pouco tempo, vamos ultrapassar a casa de 1 milhão de médicos mal formados, mal preparados. Tarda a hora de se fazer um exame de proficiência do médico e um acompanhamento rigoroso das novas escolas médicas, e os senhores têm essa responsabilidade. Aqui falo em nome da Associação Médica Brasileira, com as nossas 54 sociedades de especialidade. Todas as especialidades legalmente constituídas neste País fazem parte da Associação Médica Brasileira e das nossas 27 federadas”. “A ciência tem que ser respeitada; a ciência não pode estar a favor da política, não se pode politizar a ciência. A ciência é uma só. As verdades da ciência são temporárias, podem mudar com o tempo. Não se pode atropelar as evidências da ciência. Há que se respeitá-la. Os políticos têm que estar a serviço da ciência e não a ciência a serviço dos políticos. E aqui falo isso sem coro ideológico ou partidário. Não se aproveitem de verdades transitórias para benefício de qualquer corrente política ou ideológica. Agradeço o respeito manifesto aos médicos. Parabenizo os meus colegas médicos! Tenho muito orgulho dos meus colegas médicos, do trabalho que foi feito durante a pandemia, que os senhores nas falas reconheceram. E nós nos sentimos muito orgulhosos de ser médicos” finalizou.
Para o Dr Donizetti Dimer Giamberardino Filho, primeiro Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina, neste Dia do Médico, dirigimos nossa homenagem e reconhecimento às médicas e aos médicos brasileiros, que vêm dedicando suas vidas ao cuidado das pessoas e, em conjunto, a todos os profissionais de saúde, que vêm sendo essenciais na superação da pandemia do novo coronavírus. “Hoje, cadastrados, somos cerca de 570 mil médicos, cerca de 5% da população médica mundial, para mostrar a significância desse dado. A beleza do exercício da medicina mora nessa entrega pessoal, intelectual e emocional do profissional em prol da recuperação e da saúde das pessoas.
O Dr Luiz Henrique Mandetta, Ex-Ministro de Estado da Saúde, informou que a medicina precisa de mais apoio para a formação de médicos. “Nós estamos formando uma geração de médicos, não temos bolsas de residência suficientes para 35 mil médicos. Vamos entregar no mercado um número muito grande de profissionais sem capacitação. No entorno, entre Brasil e Bolívia, há mais de cem mil brasileiros hoje cursando medicina em faculdades, algumas sem nenhuma estrutura. Eu fui Parlamentar do MERCOSUL, fiz visitas. Há algumas faculdades boas, algumas regulares, e outras que não têm condição de funcionamento. Isso faz uma pressão também para entrar. Então, é necessário que o Congresso se debruce sobre isso e que o conselho exerça o seu papel. O conselho é uma autarquia federal criada, regulamentada por Juscelino Kubitschek de Oliveira, o único Presidente médico da história deste País. A função número um do conselho é proteger a sociedade da má prática médica. É ele que dá as balizas do que é considerado ético, do que é considerado norma técnica e deve se amparar sempre nas sociedades de especialidade, naqueles que militam dentro de áreas muito específicas, as academias, para que possamos ter um estado de arte da medicina brasileira. Eu espero que isso também sirva de reflexão, sirva para este momento”, destacou.
O Senador Wellington Fagundes (PL-MT) destacou que tem ouvido muito, principalmente do Ministro da Educação, que na pandemia os hospitais foram os protagonistas, assim como os profissionais da saúde e os médicos, sem dúvida nenhuma. “Agora nós temos um grande desafio ainda que é o pós-pandemia. O senador informou que como Relator também da Comissão da COVID no Senado, que é destinada a acompanhar as ações de enfrentamento da pandemia, acompanhou a ação corajosa dos médicos nesta que é, sem dúvida nenhuma, a maior tragédia já sofrida pela humanidade, a pandemia da COVID. “Por isso, o nosso agradecimento pelo exercício do conhecimento e da responsabilidade com as vidas e, evidentemente, pelo exercício do amor fraterno. Mesmo sem as ferramentas necessárias e adequadas, vocês médicos ocuparam, sempre a linha de frente nessa luta, trazendo, acima de tudo, o conforto às pessoas”, finalizou.
O Dr Marcos Gutemberg Fialho da Costa, Presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), chamou a atenção para a beleza do exercício da medicina, porque ser médico, antes de ser uma vocação, é um destino. “Ter a capacidade de melhorar a vida das pessoas, de salvar vidas, de aliviar o sofrimento é um destino, além de uma vocação. Nada é mais prazeroso do que contribuir e ver, nos olhos dos pacientes, o reconhecimento por ter melhorado nem que seja o alívio da dor daquele sofrimento nos últimos momentos da vida".
A Senadora Nilda Gondim (MDB-PB) disse que os médicos foram e continuam sendo incansáveis no combate a essa pandemia. “Hoje é dia de homenagear esses profissionais tão necessários na sociedade, que demonstram incansável dedicação, amorosidade e comprometimento com cada paciente que chega aos hospitais e consultórios. Como aparece no próprio juramento que os doutores e as doutoras fazem durante a formatura, os médicos usam os conhecimentos científicos para a extrema vontade de curar. É pelo seu comprometimento com o ofício que nascemos, vivemos e somos acompanhados até os últimos suspiros de nossas vidas”.
O Deputado Hiran Gonçalves (PR-RR), destacou que os médicos brasileiros têm feito um trabalho excepcional, diante de todas as vicissitudes que são interpostas no labor em relação às más condições de trabalho, às vezes ambientes inadequados para exercer, com denodo, a nossa profissão no estado da arte como nós gostaríamos de fazê-lo. Mas, mesmo assim, o médico brasileiro não tem faltado aos brasileiros.
Para o Deputado Dr Luiz Antônio Teixeira Júnior (PP-RJ), a classe médica teve o papel que toda a humanidade esperava dela. “Todo o mundo esperava que nós médicos pudéssemos estar à frente de um processo que buscasse salvar a população. E a classe médica deu essa resposta, trabalhando diariamente. Milhares de hospitais, de prontos-socorros e de unidades básicas de saúde do Brasil e do mundo estão à frente da pandemia da COVID-19, buscando atender o paciente no momento em que não tínhamos qualquer tipo de conhecimento sobre essa doença”. Segundo o deputado a medicina precisa ter voz e vez no Congresso Nacional, porque a boa prática médica é a garantia de saúde de qualidade para a população brasileira. “Eu quero aqui agradecer a Deus pela honra de eu poder ser médico e conviver com milhares de médicos neste País, que têm feito e fazem a diferença ao longo da história da humanidade”, destacou.
O Senador Marcos Rogério (DEM-RO) destacou que a saúde é o mais básico dos bens. "A homenagem que hoje prestamos aos profissionais da medicina, por ocasião do Dia do Médico, é a oportunidade que temos de retribuir, uma expressão de nossa máxima gratidão, toda a dedicação que recebemos dos médicos do nosso amado País. O exercício da medicina exige mais do que apenas a vocação, o talento pessoal; exige uma dedicação ímpar, seja para completar o rigoroso ciclo de formação, seja — depois, ao longo de toda a prática profissional — para cumprir as exigências e expectativas da profissão”.
O Dr Álvaro Luís Galvão Ignácio, disse que um grande valor foi dado ao nosso trabalho e à nossa atividade médica por toda a sociedade no Brasil inteiro. "Gostaríamos que os nobres Deputados e Senadores pudessem levar adiante a carreira médica no serviço público. Assim como existe a carreira do direito e a carreira de várias outras profissões, os médicos mereciam ter uma carreira predestinada para que eles possam se dedicar adequadamente, podendo ir, então, para tão longínquos lugares”, destacou.