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30/10/2017 - Conheça os sinais da dispraxia

Tem gente que esbarra em tudo, derruba tudo, o chamado desastrado. Mas quando isso é um problema realmente motor? Muitas vezes, essa falta de jeito pode ser sintoma de uma doença chamada dispraxia.

A neuropediatra Liubiana Araujo e a pediatra e consultora Ana Escobar participaram do Bem Estar desta terça-feira (31) para falar sobre desastrados e quando se preocupar. Muitas pessoas confundem e acham que o desastrado é burro. Entretanto, a área de coordenação, do equilíbrio, do senso espacial não tem relação com a área da inteligência. Essa é uma característica pessoal, que pode ser genética ou aparecer por falta de estímulo.

Segundo a pediatra, muitas pessoas não têm a dimensão do próprio corpo e têm diculdade para entender os limites. Por isso, muitas acabam tendo diculdade para praticar esportes ou algum tipo de dança, por exemplo. Apesar de parecer engraçado, muita gente não lida bem com isso e acaba se excluindo. Isso prejudica a coordenação motora, que exige treino.

Dispraxia

A falta de jeito pode indicar a dispraxia, uma alteração neurológica que compromete a área motora, do equilíbrio e pode comprometer até a fala. Ela pode estar sozinha ou associada a outro diagnóstico, como autismo, TDAH.

Uma criança que nasce com dispraxia tem diculdade nas conexões cerebrais da área motora do cérebro. Isso reete em alguns sintomas, como demorar mais do que o normal para sentar, engatinhar, andar. Nos mais velhos, problemas como não conseguir amarrar um cadarço sozinho, ter diculdade para colocar o líquido de uma garrafa no copo, deixar cair objetos.

Para fechar o diagnóstico, é preciso descartar outros problemas. Os pais precisam ficar atentos aos sinais que indicam que a criança pode ter a doença. São eles: não sentar até 7 meses, não engatinhar com 1 ano, não definir lateralidade até 6 anos, recusar o pula-pula, não evoluir no desenho, não conseguir amarrar o cadarço com 11 anos.

Muitos pais deixar de buscar ajuda por acreditarem que aquele seja o tempo da criança. Segundo a neuropediatra, existe mesmo uma janela de tempo para todas essas questões motoras, mas tem limite. O tratamento é basicamente estímulo. Com treino em forma de brincadeira a criança vai fortalecendo as conexões e melhorando.

Por: G1