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24/10/2017 - Contra 'novo ciclo' de febre amarela, Saúde enviará 1,5 mi de vacinas a SP

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta segunda-feira (23) que a morte de macacos na região do Horto Florestal, em São Paulo, indica a aproximação de um "novo ciclo" de febre amarela após o surto ocorrido no país no início deste ano.

Questionado pela Folha, Barros nega uma mudança na avaliação da pasta, que declarou há um mês o fim do surto de febre amarela iniciado em dezembro e considerado o pior já registrado no Brasil desde 1980. Para ele, o que há é a possibilidade de um "novo ciclo" da doença.

"Tecnicamente não muda a avaliação [sobre o fim do surto] porque ficamos 90 dias sem registrar casos e isso indica o encerramento. Agora temos um novo ciclo pela frente que esperamos enfrentar com mais cuidado. Como houve o surto do ano passado, estão todos muito mais alertas e por isso medidas serão tomadas preventivamente", disse, após um evento na sede da pasta sobre câncer de mama.

Segundo Barros, a pasta deve disponibilizar 1,5 milhão de doses extras da vacina para reforçar os estoques de São Paulo e atender emergências ou um possível aumento na procura por vacinas nas unidades de saúde. "Vamos dispor de mais 1,5 milhão de doses [além de 1,5 milhão de doses que SP já tem em estoque] para qualquer necessidade e para atender fluxo espontâneo da população", disse.

A medida, diz, segue exemplo do que ocorreu neste ano no Rio de Janeiro, quando a morte de macacos levou a um aumento na demanda espontânea por vacinas e gerou receio de falta de vacinas. "Vacinamos 2 milhões de pessoas no Rio de Janeiro sem que houvesse recomendação, mas porque foram procurar a vacina. Da mesma forma, em SP pode ter demanda maior e espontânea da população fora daquela área determinada."

De acordo com o ministro, o prazo para entrega depende das condições para estoque. Reforço semelhante, diz, deve ocorrer em outros Estados caso sejam observadas a ocorrência de novas epizootias por febre amarela. O termo é usado para definir a morte de macacos pela doença, o que indica que há circulação do vírus na região, transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.

"Nossa expectativa é que isso ocorra também em outros Estados, porque a morte de macacos por febre amarela ocorre todos os anos. O mosquito está permanentemente instalado na mata e esse tipo de episódio ocorre sistematicamente. Haverá um excesso de zelo necessário e que apoiamos em relação a evitar novos surtos", informou.

Fonte: Folha de S. Paulo - Equilíbrio e Saúde