O QUE DIZ A MÍDIA
14/05/2021 - CoronaVac: produção parada
Sem contar com uma definição de data para a chegada do novo lote de insumos necessários para produção da CoronaVac no Brasil, o Instituto Butantan suspende a produção do imunizante depois de entregar, hoje, a última remessa da vacina contra a covid-19 ao governo federal produzida com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) recebido em 19 de abril.
Sem sequer uma previsão do envio dos insumos da China, o Butantan se preocupa com o cronograma de entregas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.
Hoje, mais 1,1 milhão de doses foram liberadas para a pasta, remessa que faz parte do segundo contrato firmado, de 54 milhões de unidades da CoronaVac. Apesar de uma agenda de reuniões com autoridades chinesas realizadas na última semana, a última notícia é de que não havia novidades, segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas.
“Não temos data, nesse momento, prevista para essa autorização. Isso pode acontecer a qualquer momento, mas não há essa previsão”, admitiu Covas. O governador de São Paulo, João Doria, classificou a situação como “extremamente grave” e atribuiu novamente o atraso do envio do IFA a entraves diplomáticos e “declarações desastrosas” do governo brasileiro em relação à China. Ontem, voltou a criticar os ataques do presidente Jair Bolsonaro.
“É triste e lamentável que nós tenhamos que ouvir, assistir e ler declarações desairosas do presidente. Evidentemente que isso cria um enorme desconforto nas relações diplomáticas entre o Brasil e a China”, disse. Apesar disso, Doria disse que vê no novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, esforço para resgatar as boas relações com Pequim. “Ele é um diplomata de carreira e, até onde sei, não tem nada com ideologia e nem com partidarismo”, comentou.
Segundo Doria, 10 mil litros do IFA estão prontos para serem enviados ao Brasil, mas a China ainda não autorizou o embarque do lote. “Esses 10 mil litros representam cerca de 18 milhões de doses da vacina. Estão prontos, embalados, colocados em contêineres refrigerados, aguardando apenas a autorização do governo da China para serem embarcados para o Brasil. Mas isso exige o esforço da diplomacia para que essa liberação seja autorizada”, explicou. (MEC)
Fonte: Correio Braziliense