ÚLTIMAS

14/08/2020 - CQH: Arquitetura e engenharia hospitalar são temas de 1ª palestra on-line

O Programa CQH retomou as atividades do Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar (NAGEH), nesta quarta-feira, 12 de agosto, com a aula virtual “A arquitetura e engenharia hospitalar contribuindo para o controle da infecção hospitalar”, ministrada pelo engenheiro civil Fumio Araki, com experiência de 41 anos na área.

“Os hospitais são projetos de construção especiais e complexos. Devem ser desenvolvidos por profissionais especializados em engenharia e arquitetura, em um trabalho conjunto e multidisciplinar com os profissionais de várias especialidades médica, de enfermagem e administrativos dos serviços de Saúde”, introduziu Araki.

O engenheiro explicou que a grande diferença da composição de um edifício hospitalar, em comparação às estruturas prediais de um condomínio, ambiente corporativo ou industrial, está no “recheio”. Instalações especiais, como geradores, no-breaks, gases medicinais, ares-condicionados filtrados e caldeiras, devem ser garantidos.  

“Em muitos estados graves, passando por vários procedimentos de média a alta complexidade, durante 24 horas por dia e 365 dias por ano, o mínimo equívoco dessas instalações custa uma vida humana. Isso que faz a diferença de uma edificação hospitalar por uma edificação residencial, corporativa, industrial. Em uma empresa, se uma máquina dá problema, você pode recuperar o prejuízo no dia seguinte, no hospital, você pode perder uma vida. Lidamos o tempo todo com vidas humanas e falhas operacionais não são permitidas”, comparou o engenheiro.

Projeção para facilitar a limpeza do ambiente, calor adequado, isolamento acústico para evitar ruídos e diminuir a ansiedade dos pacientes são outras premissas básicas apontadas pelo especialista, que fez visitas técnicas a hospitais do Japão em 2000, 2014 e 2017, para troca de experiências.

“Nas unidades de lá, eles valorizam muito a iluminação, a ventilação natural e o contato com a natureza. Estudos feitos apontam que o paisagismo hospitalar é um instrumento capaz de auxiliar na recuperação dos enfermos”, informou.

 

Desinfecção

O revestimento hospitalar é um dos grandes responsáveis pelo controle das infecções e proteção de pacientes e equipamentos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos microrganismos estão presentes na sujeira hospitalar. Daí a importância de optar por um piso fácil de limpar.

Em 27 de agosto de 1992, a Portaria nº 196, substituída pela Portaria nº 930, do Ministério da Saúde, representou um grande avanço no sentido de maior profissionalização na prática do controle de infecções, determinando que todas as unidades hospitalares devem manter um programa de controle de doenças infeccionais. No entanto, muitos hospitais brasileiros, segundo Araki, ainda hoje não oferecem infraestruturas adequadas para os seus assistidos, o que pode resultar em óbito.

NAGEHs

Os Núcleos de Apoio à Gestão Hospitalar (NAGEH) são grupos de estudos do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), constituídos por profissionais de diferentes instituições, com o objetivo de trocar informações e conhecimentos, além de garantir melhoria na qualidade dos serviços prestados pelos hospitais, através da criação, padronização e validação de indicadores.

“O CQH é um braço voluntário da APM. O nosso voluntariado constitui-se em melhorar a assistência das organizações de saúde como um todo. Temos já algumas atividades com relação à Covid-19, com a publicação de vídeos informativos com entrevistas sobre a crise de Portugal e a experiência da China”, acrescentou o vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração em Saúde (Abrampas), Milton Massayuki Osaki. 

Na sequência, ele agradeceu a participação de Araki, ressaltando a sua parceria com o CQH, e parabenizou Cibelle Neves, coordenadora do Grupo de Estudos de Gestão em Controle de Infecção da Associação Paulista de Medicina, que foi responsável por organizar o evento.

 “Companheiro de longa data, trabalhamos juntos por hospitais do Brasil e levamos um treinamento para Angola, foi uma belíssima experiência de trabalho desenvolvida naquele país. Fico muito animado de ouvir as palavras de Fumio sobre pontos importantes para a melhoria de manutenção e gestão hospitalar e integração multidisciplinar de equipes, contribuindo de forma significativa para a transformação de nosso sistema de saúde”, concluiu.

Galeria de Imagem