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29/03/2021 - CQH: Santa Casa de Limeira apresenta uso da tecnologia na Enfermagem

Novo Roteiro de Avaliação, baseado nos fundamentos do MEG 21 da Fundação Nacional da Qualidade, também foi apresentado no webinar

Em assembleia dos hospitais participantes do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar, realizada virtualmente no dia 25 de março, representantes da Santa Casa de Limeira apresentaram o processo de sistematização tecnológica na Enfermagem, tendo a implantação de um projeto-piloto de prontuário eletrônico na UTI Neonatal.

Para a implantação do sistema, baseado no planejamento estratégico da entidade, o gerente de Tecnologia da Informação, Thiago Henrique, explicou que foi realizada toda a mudança de servidores do prédio para equipamentos mais modernos que pudessem dar suporte ao novo projeto e replicar, posteriormente, para todas as áreas do hospital.

“Na sistematização dos processos assistenciais, todo o corpo de Enfermagem e médico foi certificado digitalmente. A prescrição já é eletrônica e toda a interação com o médico já é feita nesse aspecto. Com isso, a revisão dos processos e os painéis que usamos para trazer os indicadores para analisar e identificar as ações são tomadas em tempo mais rápido e assertivo”, acrescenta Henrique.

 

Modelo anterior e atual

No modelo anterior, explica a enfermeira supervisora da UTI Neonatal, Sarah Alves, a assistência era totalmente manuscrita: relatórios, controles de Enfermagem, checagem de prescrição, conferência dos itens da farmácia e análises dos indicadores, além de múltiplos rascunhos e anotações.

“No atual, levamos em consideração a segurança do paciente, garantindo a qualidade assistencial, eficiência operacional e otimização dos processos assistenciais, diminuindo o tempo da Enfermagem, reduzindo custos e tendo um olhar mais atento para o paciente”, compara.

Segundo Sarah, a informação registrada em tempo real possibilita obter cenários futuros. “Porque tudo o que é feito, é lançado. Conseguimos, com isso, validar e extrair dados de indicadores simultaneamente, resultando em melhoria na assistência do paciente.”

Com as mudanças nos processos, hoje, a gestão de planos terapêuticos permite que o médico faça a prescrição e automaticamente o enfermeiro já checa os horários da medicação e a atividade entre as doses. “A anotação de Enfermagem deixa de ser papel e passa a ser usada de forma sistêmica, com assinatura digital”, reitera a supervisora.

No que diz respeito à adaptabilidade da equipe de Enfermagem, a transição entre estado manual para digital levou em consideração a conscientização da necessidade de mudança, treinamento e capacitação, envolvimento dos profissionais, habilidade nos novos processos e apresentação dos resultados alcançados.

“É um processo de melhoria que colocamos em nível de maturidade. Enquanto éramos totalmente manuais, tínhamos uma maturidade de 20% da equipe. Hoje, atingimos uma maturidade de 80%, a equipe já entendeu o quanto isso é benéfico e tem colocado em prática cada vez mais essas transformações”, comemora a supervisora.

Segurança de dados, confiabilidade, acesso histórico do médico, prescrições legíveis, redução significativa de papel, garantia de todo o processo na auditoria, redução de glosas, agilidade para o processo de faturamento e Same Digital (gestão de prontuários e informações dos pacientes) são os resultados significativos com o novo processo, reforçam Sarah e Henrique.

“É uma lição para todos os hospitais a necessidade de utilizar a tecnologia. Vocês estão mostrando que isso é possível, mesmo diante de uma pandemia. São inspiradores para que outros hospitais sigam esse caminho”, parabenizou o coordenador do Programa CQH, Milton Massayuki Osaki.

 

Hospital selado

A Santa Casa de Limeira recebeu o selo de conformidade com as normas e os padrões do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar, da Associação Paulista de Medicina, no dia 15 de abril de 2019.

Desde sua fundação, em 1974, a unidade hospitalar passa por constantes processos de ampliações e reformas para a melhoria assistencial da população. Além de filantrópica, tem o hospital Frei Galvão que abrange 18 mil vidas, sendo que cerca de 80% do atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde.

Possui um total de 229 leitos, sendo 155 de UTI; 13 salas cirúrgicas, em torno de 1000 internações, uma média mensal de 14 mil atendimentos em pronto-socorro, 81 mil exames, de 4 a 5 mil atendimentos ambulatoriais e a média mensal de cirurgias em torno de 1000.

O quadro é composto por 1325 funcionários, 250 voluntários, 255 médicos ativos, 88 alunos internos e 89 residentes. A mensuração do índice de satisfação do cliente SUS fica em 99,4%; do cliente Hospital Frei Galvão, 99,7%; e do funcionário, 88%.

 

Novo roteiro de avaliação

Em seguida, o membro do núcleo técnico do Programa CQH Jayme Malek Junior apresentou o roteiro de avaliação do Compromisso com a Qualidade Hospitalar (versão 12), baseado nos fundamentos do MEG 21 da Fundação Nacional da Qualidade.

A nova nomenclatura manteve os oito fundamentos (antes chamados de critérios). São eles: pensamento sistêmico, aprendizado organizacional e inovação, orientação por processos, liderança transformadora, adaptabilidade, desenvolvimento sustentável, compromisso com as partes interessadas e geração de valor. Esses oito fundamentos são subdivididos em 28 temas que, por sua vez, são subdivididos em 66 processos.

O resumo do índice foi organizado em requisitos e instruções para a avaliação do CQH, Selo de Conformidade, roteiro de avaliação, informações gerais, avaliação da documentação, avaliação dos fundamentos e temas (questões), tabela de pontuação, evento sentinela, glossário e siglas e referências para consulta.

“É lógico que quando existe uma mudança disruptiva como essa, dá um nó na nossa cabeça porque estamos acostumados com os conceitos, as rotinas e os processos anteriores. Os próprios avaliadores do programa ficam com grande desafio de incorporar essas novas nomenclaturas e de identificar bem aquele conceito que estavam acostumados. No entanto, é um aprendizado constante”, destaca Malek.

A última atualização ocorreu em 2016. Embora seja o roteiro um instrumento que propicia aos hospitais galgarem os primeiros degraus no processo de qualidade para a excelência de gestão, a equipe técnica para o desenvolvimento da versão 12 procurou elencar o total dos requisitos que contemplem todos os processos.

“O importante é segmentar de uma maneira geral, para que o hospital participante possa ter uma ideia de como progredir na adesão do modelo, incorporando as novas necessidades”, reitera o especialista.

“Tivemos a preocupação na confecção deste roteiro com o compromisso das partes interessadas. Adotamos e consultamos bastante a doutora Yona Murad, que hoje faz parte da diretoria da Sompas e coordena a qualidade do hospital de Presidente Prudente. Essa participação teve como o objetivo ver também o lado do hospital, por isso, colocamos o roteiro para uma avaliação sob consulta pública por 30 dias”, disse Osaki.

Integram a equipe técnica que desenvolveu a versão 12: Neusa Kyoko Uchiyama, Cibelle Naves Oliveira, Yona Murad, Helio Komagata, Jackson Fernando de Rezende Vilela e Jayme Malek Junior. A consulta pública do novo roteiro versão 12 está disponível no site www.cqh.org.br.

O evento foi mediado por Nancy Mota, membro do Núcleo Técnico do CQH.

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