Diretores da APM recebem Caio Rosenthal para debater arboviroses

16/01/2017 - Diretores da APM recebem Caio Rosenthal para debater arboviroses

A diretoria da Associação Paulista de Medicina recebeu a visita do infectologista Caio Rosenthal - que atua no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no Hospital do Servidor Público Estadual e no Hospital Albert Einstein – nesta sexta-feira, 13 de janeiro, para um debate sobre as arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Rosenthal ressaltou que a avaliação da soroprevalência é fundamental para a produção de uma imunização, critério este recomendado pela Organização Mundial da Saúde. "Em uma área geográfica onde há soroprevalência entre 50% e 70%, a vacina em massa é aceitável. Abaixo dessa porcentagem, não é recomendável”, afirma.

Nesse sentido, de acordo com o infectologista, acredita-se que, por ano, mais de um milhão de brasileiros estão expostos a dengue. "Entretanto, em torno de 25% a 30% das pessoas infectadas apresentam sintomas da doença. A zika chega em torno de 20%, ou seja, a cada 10 pessoas picadas pelo mosquito, apenas duas adoecem e oito permanecem assintomáticas.”

Por haver quatro sorotipos da dengue, Rosenthal explica que, caso alguém seja infectado por tipo 1, ela fica imunizada contra o vírus 1, mas não há imunidade cruzada contra os demais sorotipos. "Isso é muito importante em termos do conceito da vacina e esclarece a dificuldade de se desenvolver uma imunização contra os quatro sorotipos. A proteção individual se mantém durante um e dois anos contra os outros três sorotipos. Porém, com o tempo, perde-se essa proteção, deixando a pessoa vulnerável novamente”.

Ele ainda reforça que a dengue contraída pela segunda vez é mais grave, e a possibilidade de se contrair a doença pela terceira vez já é rara. "Tudo indica que a pessoa que teve dengue pela primeira vez não necessariamente pode ser a primeira infecção. Pode ter sido infectada pela segunda vez, porque não houve tanta apresentação de sintomas anteriormente”, esclarece.

 

Estatísticas

De acordo com o monitoramento do Ministério da Saúde, em 2015, foram registrados 1.688.688 casos prováveis de dengue e em 2014, 589.107. No ano passado, até o dia 10 de dezembro, foram 1.487.924 casos prováveis de dengue no País, com uma incidência de 727,6 casos/100 mil hab. Outros 698.745 casos suspeitos foram descartados.

Para a febre de chikungunya, foram registrados no País 38.332 casos prováveis em 2015 (taxa de incidência de 18,7 casos/100 mil hab.), distribuídos em 696 municípios, dos quais 13.236 (34,5%) foram confirmados. Já no ano passado, até 10 de dezembro, eram 263.598 casos prováveis, com uma taxa de incidência de 128,9 casos/100 mil hab., distribuídos em 2.752 municípios e tendo 145.059 (55,03 %) sido confirmados.

A transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika foi confirmada no País a partir de abril de 2015. Em 2016, até o dia 10 de dezembro, foram registrados 211.770 casos prováveis, com taxa de incidência de 103,6 casos/100 mil hab.), distribuídos em 2.280 municípios, tendo sido confirmados 126.395 (59,7%).