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28/06/2021 - Doenças crônicas: Brasil tem mais de 300 mil mortes prematuras ao ano
Em 2019, foram registrados 308.511 óbitos prematuros no País causados por doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT). Ocorreram entre pessoas de 30 a 69 anos de idade, perfazendo uma taxa de mortalidade de 275,5 óbitos a cada 100 mil habitantes. Considerando todas as faixas etárias, as doenças crônicas mataram, naquele ano, 738.371 brasileiros. As informações são do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
As doenças crônicas não-transmissíveis são multifatoriais que se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração. Elas estão relacionadas a diversos fatores, determinantes sociais e condicionantes, sendo ocasionadas, em sua maioria, por fatores de risco individuais modificáveis, dentre as quais destacam-se tabagismo, consumo excessivo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação não saudável.
As DCNT incluem as doenças do aparelho circulatório (DAC), neoplasias, doenças respiratórias crônicas (DRC) e diabetes mellitus. Constituem, assim, a maior carga de morbimortalidade no mundo, com 38 milhões de óbitos em 2019, correspondendo a 70% das mortes globais. A mortalidade prematura é definida por mortes ocorridas na faixa etária de 30 a 69 anos.
Índice ainda elevado
Para o órgão, embora os números apresentem queda na última década, 41,8% das mortes por DCNT serem prematuras ainda é um índice muito elevado. A pasta também ressalta que medidas de prevenção devem ser tomadas, inclusive com o intuito de beneficiar toda a população - uma vez que, por exemplo, as causas de morte e limitações entre indivíduos de 50 a 69 anos são muito próximas das que ocorrem entre pessoas acima de 70 anos.
O boletim também evidencia que o perfil das causas de morte no Brasil vem sofrendo muitas mudanças, com transição epidemiológica e demográfica ocorrendo de forma acelerada. Ao longo das décadas, houve aumento do envelhecimento populacional e redução de óbitos por desnutrição e doenças infecto-parasitárias, além do crescimento das mortes por doenças crônicas.
Em 2019, 56,1% dos óbitos prematuros por DCNT ocorreram em indivíduos do sexo masculino, representando taxa de mortalidade prematura de 329,3 óbitos por 100 mil homens. Taxa esta que foi, no mesmo ano, de 228,7 mortes a cada 100 mil mulheres. Em todos os anos que o Ministério da Saúde já analisou, os homens foram mais afetados – comportamento observado não somente no Brasil, mas ao redor do mundo.
Segundo a análise da pasta, a maior mortalidade prematura por doença crônica entre homens pode ser explicada tanto pela maior prevalência de fatores de risco associado a este grupo de doenças nessa população, quanto pela menor prevalência de autocuidado relacionado à saúde.
São fatores de risco, por exemplo, o uso de álcool e drogas, a pressão alta e o alto índice de massa corporal.
A conclusão do Ministério é que é importante investir na atenção básica e no acesso às tecnologias de média e alta complexidade para cuidar dos portadores de DCNT. Isso por conta do curso prologando dessas doenças, que requerem abordagem longitudinal, integral, com investimento no autocuidado e no vínculo.