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12/04/2017 - Encontro de médicos jovens: Miguel Srougi aborda qualidades do bom médico

Entendimento profundo da Medicina, valorização do ser humano, estar sempre presente, comunicação apurada com paciente e colegas, reconhecimento das limitações da área, conhecimento da psicologia humana, altruísmo e relação fraterna entre profissionais. De acordo com o professor titular de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Miguel Srougi, esses são os atributos mais importantes que o médico deve levar em consideração em seu dia a dia profissional.

“Bom médico é aquele que reúne o maior número dessas características. Quanto mais qualidades ele somar, melhor desempenho terá”, enfatizou em sua palestra durante o I Encontro do Médico Jovem da Associação Paulista de Medicina, realizado no último dia 8 de abril.

Srougi sintetizou as transformações ocorridas na Medicina entre os séculos 20 e 21, que possibilitaram uma mudança significativa nas análises clínicas. “No século passado, seguíamos os princípios halstedianos. O médico grandioso era aquele que fazia o diagnóstico e tratava o paciente. Hoje, isso já foi superado. Vivemos a Medicina com ciência e humanismo, ou seja, não dá para sermos bons médicos fazendo apenas bons diagnósticos e grandes tratamentos. Temos de olhar o ser humano com compaixão e solidariedade e entender sua dor e sofrimento.”

Para tanto, o professor salientou a importância da boa comunicação com colegas e pacientes.

E de acordo com ele, a profissão não se restringe ao atendimento no consultório ou hospital: “A sociedade quer obter conhecimento sobre as doenças e suas prevenções. Ninguém melhor do que o médico para fazer isso, com a autoridade e o respeito que ele tem perante a sociedade. Portanto, falem em revistas e jornais, deem entrevistas, escrevam e defendam a classe médica. Não seremos bons médicos se não olharmos em nosso entorno”.

Para o urologista, o conhecimento também deve ser compartilhado entre os profissionais. “Ninguém faz sucesso na área sem um relacionamento profundo e verdadeiro com os colegas. Precisamos estudar e manter a atividade intelectual continuadamente, e praticar a atividade em grupo. É impossível exercer a profissão de forma isolada.”

A apresentação de Miguel Srougi e debate com os jovens médicos presentes foi moderada pelo diretor de Defesa Profissional da APM, João Sobreira de Moura Neto. “Foi uma demanda dos participantes que trouxéssemos mais do que especialistas, e sim modelos de profissionais nos quais pudéssemos nos espelhar. Por isso, neste primeiro tema, foi pensando no Miguel Srougi, que é um exemplo de excelência para todos”, declarou.

Fotos: Osmar Bustos