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15/06/2021 - Envio de 3 milhões de doses da Janssen ao Brasil é adiado

A chegada ao Brasil de 3 milhões de doses de vacinas da Janssen, prevista para esta terça (15), foi adiada, segundo o Ministério da Saúde.

A pasta disse que aguarda confirmação da nova data de entrega dos imunizantes por parte do laboratório e que a expectativa é de que as doses cheguem ainda esta semana ao país em três remessas.
Após a divulgação do adiamento no início da tarde , o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que espera que a primeira remessa chegue na quarta (16), mas que a data ainda precisava ser confirmada pelo laboratório.

Ainda não há informação sobre o motivo do adiamento. Questionada, a Janssen disse apenas que “segue dialogando com o Ministério da Saúde e outras autoridades locais com o objetivo de disponibilizar a vacina no país o quanto antes”.
O governo de São Paulo não deve alterar o calendário de vacinação da população maior de 18 anos por causa das incertezas em relação à vacina da Janssen. O estado deve receber 678 mil doses do imunizante, ou 22,6% do total desse lote inicial prometido.

A antecipação das datas de imunização, anunciada no domingo (14) pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no entanto, foi feita sem incluir no cálculo as doses que poderão ser ainda fornecidas pela Janssen. Caso as doses sejam entregues em São Paulo nos próximos dias, serão então incluídas no pacote.
Ela tem as vantagens de ser aplicada em uma única dose, facilitando a imunização coletiva, e poder ser armazenada em geladeira, entre 2ºC e 8ºC, o que faz com que ela seja considerada uma das melhores para aplicação em países em desenvolvimento.

Inicialmente, os 3 milhões de doses que devem ser entregues ao Brasil tinham data de vencimento em 27 de junho. O prazo curto entre a chegada do imunizante e a aplicação lança um desafio logístico de grandes proporções, na opinião de técnicos ouvidos pela coluna Mônica Bergamo.
Eles teriam pouco mais de uma semana para receber e distribuir as doses para os municípios. Um dos técnicos afirmou que o prazo exíguo exige remanejamentos para colocar a nova vacina na rede de forma imediata. Alguns gestores manifestaram contrariedade com as condições em que terão que trabalhar.

No sábado (12), Queiroga, descartou problemas na aplicação dessas doses por causa da validade inicial, frisando que o país consegue aplicar até 2,4 milhões de doses ao dia. “Vamos seguir o fluxo normal do PNI [Programa Nacional de Imunizações]. A questão é somente a logística para diminuir o risco de uma eventual perda das doses”, afirmou.

A data de validade, porém, foi prorrogada para 8 de agosto pela FDA, agência reguladora dos Estados Unidos.
Um pedido semelhante foi feito pela Janssen também à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e aprovado nesta segunda (14). Até então, o prazo de validade das doses de vacinas da Janssen era de três meses. Com a decisão, passa a até 4,5 meses.

Em nota, a Anvisa diz que a aprovação “foi baseada em uma criteriosa avaliação dos dados de qualidade dos estudos que demonstrou que a vacina tende a se manter estável pelo período (4,5 meses)”. Aponta ainda ter considerado decisão recente da agência norte-americana.

A agência lembra ainda que a medida vale para a vacina armazenada na temperatura de 2ºC a 8ºC. Quando armazenada entre temperaturas de -25ºC e -15ºC, o prazo de validade é de 24 meses, a partir da data de fabricação, informa.
O Brasil tem contratos para obter 38 milhões de doses da Janssen neste ano. A previsão das entregas, porém era apenas entre julho e dezembro.

O Ministério da Saúde vinha dizendo que pretendia acelerar a distribuição caso recebesse a vacina mais cedo. O plano inicial era enviar as doses às capitais, mas alguns estados têm dito que pretendem distribuir as doses a mais cidades.

Fonte: Folha de S.Paulo