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01/02/2021 - Evento on-line da ANM aborda limitações hospitalares no combate à Covid-19

Na última sexta-feira (29), a Academia Nacional de Medicina (ANM) e a Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil (ACFB) realizaram evento on-line sobre “Limitações Hospitalares no Atendimento a pacientes graves com Covid-19” – organizado pelos acadêmicos da ANM Carlos Alberto Barros Franco, Patrícia Rocco e José Luiz Gomes do Amaral, também presidente da Associação Paulista de Medicina e da Academia de Medicina de São Paulo.

Rubens Belfort, presidente da ANM, abriu o evento reforçando o quão importante e necessário são os encontros para compartilhar conhecimento: “Desde março do ano passado, a instituição tem se empenhado muito na ajuda à produção, aplicação e disseminação do conhecimento da evidência científica relacionada com a pandemia, e essa reunião é sem dúvida muito importante diante do problema que estamos vivendo”.

Jorge Bonassa, engenheiro e um dos maiores especialistas em ventilação mecânica do Brasil, falou sobre o uso dos ventiladores mecânicos no tratamento contra o novo coronavírus, considerado o gargalo da terapia. “Participei da evolução da ventilação mecânica durante essas décadas e neste ano de 2020, até me beliscava para ver que realmente não estava em um pesadelo. O ventilador se tornou um bem comum para todas as pessoas, o que antes era restrito até mesmo para os especialistas”, explica.

O diretor médico do Laboratório Cristália, Jorge Afiune, palestrou sobre os medicamentos necessários para intubação traqueal e ventilação mecânica em pacientes com Covid-19, perfil da doença e principalmente os desafios na produção dos fármacos. “Destaco o comprometimento das equipes do Cristália, da Anvisa e dos profissionais da indústria que também atuam no combate à pandemia.”

Limitações de insumos
Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), e Walban Damasceno de Souza, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), trouxeram dados sobre o consumo e a fabricação de seringas no Brasil. Fraccaro enfatiza que o planejamento de compras de seringas é fundamental para conseguir atender a demanda do País.

Já o médico intensivista e pesquisador associado do laboratório de investigação pulmonar da UFRJ, Felipe Saddy, abordou como tratar os pacientes críticos com Covid-19 frente à limitação de insumos e ventiladores. “Minha sugestão diante da escassez de recursos seria identificar a doença grave de forma precoce, além do uso de oxigênio, corticosteroides, anticoagulação e, principalmente, monitorização por parte da equipe médica”, destaca.

O acadêmico Marcelo Morales trouxe uma apresentação sobre as ações de PD&I no combate à Covid-19 e condutas da iniciativa RedeVírus MCTI, na qual o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) tem mobilizado unidades de pesquisa, Institutos de Ciência e Tecnologia e laboratórios espalhados por todo o território nacional em resposta à emergência do novo coronavírus: “Desde fevereiro do ano passado, a instituição tem colocado a importância da Ciência para o combate da pandemia, e é com ciência e tecnologia que conquistamos soberania e independência. Temos obrigação por meio dessas antecipar os problemas que podemos ter no futuro”.

Marcelo Vianna, chefe da Fisioterapia Respiratória do Hospital Samaritano, conduziu a explicação sobre oxigenioterapia: “Falando de uma deficiência respiratória hipoxêmica, todas as linhas de cuidado relacionadas ao paciente com Covid-19 hospitalizado, de alguma forma, em maior ou menor quantidade, demandam o uso do oxigênio, e todo o grupo do hospital começa a pensar em como economizar o recurso”.

Por fim, os acadêmicos organizadores do evento fizeram alguns comentários. José Luiz Gomes do Amaral agradeceu a iniciativa e enfatizou a importância do evento. “Com todas as apresentações anteriores, podemos perceber que o Brasil é um País abençoado pelos recursos humanos. Temos cientistas, empreendedores e um legado sendo construído para as próximas gerações.”

Ainda de acordo com ele, a humanidade se aproximou em função de uma revolução crescente, a dos transportes. “Somos transportados de um ponto ao outro do globo de forma rápida e isso nos permite fazer o mundo tão pequeno e fazer dos vírus a grande ameaça.

Junto desta evolução, tivemos a revolução da comunicação, com a qual podemos produzir e compartilhar informações que nos trazem a solução de forma rápida, em relação a mutações da doença e formas de defesa”, finaliza.

A íntegra do evento está disponível no Facebook oficial da ANM.

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