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14/02/2022 - Fase aguda da pandemia pode acabar, diz OMS

O diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na sexta-feira (11) que a “fase aguda” da pandemia de Covid-19 pode terminar neste ano, caso se atinja uma taxa de vacinação de 70% da população mundial.

“Nossa expectativa é do fim da fase aguda da pandemia neste ano, desde que 70% da população mundial seja vacinada até o meio do ano, por volta de junho, ou julho”, declarou o diretor-geral à imprensa, durante visita à África do Sul.

“Está em nossas mãos. É uma questão de decisão”, acrescentou.

O chefe da OMS fez visita aos laboratórios da empresa de biotecnologia Afrigen, que tem sede na Cidade do Cabo, que fabricou a primeira vacina de RNA mensageiro contra a Covid-19 na África.

Preparada com base no sequenciamento do código genético publicamente disponível do laboratório Moderna, essa vacina estará pronta para testes clínicos em novembro e deve ser aprovada até 2024.

“Essa vacina será mais adaptada aos contextos em que será utilizada, com menos obrigações de armazenamento e a um preço mais baixo”, disse o chefe da entidade sobre o novo produto.

O projeto Afrigen é apoiado pela OMS e pelo mecanismo Covax de acesso a vacinas. Apenas 11% dos africanos estão vacinados, a taxa mais baixa do mundo.

Ao mesmo tempo em que um representante da OMS aponta os possíveis caminhos para melhoras na pandemia, outro, nesta semana, lamentou o número de mortes recentes causados pela altamente transmissível variante ômicron.

Desde o surgimento da nova cepa, meio milhão de mortes por Covid-19 foram registradas no mundo apesar da vacinação, o que compõe um balanço “mais do que trágico”, segundo o gerente de incidentes da OMS, Abdi Mahamud.

“Na era das vacinas eficazes, meio milhão de pessoas morrem. Isso é realmente algo mais do que trágico”, disse Mahamud, durante um encontro, na últimaterça-feira (8), promovido pela OMS via redes sociais.

O representante também relembrou que as mortes aconteceram enquanto as pessoas falavam que a ômicron era mais leve.

Segundo Mahamud, foram registrados 130 milhões de casos e 500 mil mortes no mundo desde que a ômicron foi considerada preocupante pela OMS, no fim de novembro. A Covid-19 já matou 5,75 milhões de pessoas desde dezembro de 2019, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

A ômicron foi descoberta no fim de novembro de 2021, na África do Sul, por uma equipe de pesquisadores liderada pelo brasileiro Túlio de Oliveira, do Krisp (KwaZulu-Natal Research and Innovation Sequencing Platform), na Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul.

A equipe de Oliveira também foi responsável pela identificação e aviso em relação a outra variante de preocupação: a beta.

No Brasil, a chegada da ômicron levou a uma explosão de casos e, mais uma vez, a dias com mais de mil mortes pela doença.