O Que Diz a Mídia
14/10/2018 - Governo mapeia 14 notícias falsas em média por dia só relacionadas à saúde
Folha de São Paulo - 12/10
Vacinas, alimentos e remédios são os principais alvos de informações falsas, mostra levantamento
“Novas vacinas causam autismo e os governos sabem.” “Usar celular no escuro causa maculopatia (câncer no olho).” “Só água com vinagre pode matar bactéria presente no feijão.”
O que há em comum entre essas três frases, compartilhadas em correntes no WhatsApp e em outras redes sociais? É o Ministério da Saúde quem adverte: são informações falsas.
Ao completar um mês de funcionamento de um novo serviço para receber e verificar informações de saúde por meio do aplicativo de mensagem, a pasta afirma ter identificado 416 fake news o equivalente a 14 por dia.
São correntes, textos disfarçados de notícias, imagens retiradas de contexto e áudios de supostos especialistas
“A diferença é que, na saúde, a informação equivocada pode ter consequências graves”, alerta Renato Strauss, chefe da assessoria de imprensa e informação da pasta e à frente do grupo responsável pela checagem. “Uma pessoa que adere a um tratamento dito inovador pode agravar sua doença. Quem deixa de se vacinar pode ficar doente e chegar à morte”, afirma.
Segundo ele, além do serviço no Whatsapp, chamado de “Saúde sem fake news”, a pasta já identificou desde março outros 395 focos de informações falsas em redes sociais abertas, como Twitter e Facebook.
O controle é feito por meio de um monitoramento diário em mais de 7.000 menções e palavras-chave.
Vacinas, mitos sobre alimentação e sobre medicamentos são os alvos mais comuns de notícias falsas em saúde, aponta balanço da pasta. Dos 395 focos identificados nas redes, 89% eram sobre vacinas.
Já no serviço via WhatsApp, as vacinas responderam por 91 das 416 informações falsas repassadas à pasta no último mês. Outras 153 envolviam supostas “denúncias” ligadas a alimentação ou crenças de benefícios exagerados. Em 27 casos, o foco eram medicamentos “milagrosos”.
O governo tem redobrado as medidas para tentar evitar a propagação de fake news na área. Desde março, uma equipe de cinco pessoas se dedica exclusivamente a essa análise.
Agora, o ministério avalia criar novas ferramentas, como campanhas específicas em torno de alguns temas e listas de transmissão para que usuários cadastrados recebam alertas sobre informações já “desmascaradas”.
Ao contrário do que ocorria no passado, a maior parte das informações falsas recebidas pela pasta hoje não vem de sites, mas de correntes e informações em redes sociais, em que o contato com pessoas próximas e a agilidade no compartilhamento acaba por legitimar as informações.
“É fácil ver pelo grupo da família. Quem dissemina é uma pessoa que você conhece. É uma cadeia de confiança informal que acaba disseminando essa informação”, diz o assessor Strauss.
Segundo ele, uma das dicas para verificar se a informação é falsa é ver a data da notícia: a maioria se repete.
“As fake news são cíclicas. A informação falsa de que a vacina causa autismo, por exemplo, de tempos em tempos aparece. As próprias imagens são as mesmas, de ano em ano.”
Ele lembra que a primeira vez que a pasta criou um grupo de controle de fake news ocorreu em 2008, quando sites passaram a vincular a campanha de vacinação contra a rubéola a uma tentativa de esterilização das mulheres. A situação levou o governo a criar força-tarefa para esclarecer.
Em abril, ganhou força em grupos do WhatsApp um áudio com voz feminina que dizia que a OMS (Organização Mundial de Saúde) não divulgava mortes em Goiás pelo vírus “H2N3” para “não alarmar a população”. O vírus, porém, nem sequer existe no Brasil —nem em nenhum lugar do mundo. A informação foi uma das que ganharam um selo “O Ministério da Saúde adverte: isso é fake news”.
“É fácil ver pelo grupo da família. Quem dissemina é uma pessoa que você conhece. É uma cadeia de confiança informal que acaba disseminando essa informação”, diz o assessor Strauss.
Segundo ele, uma das dicas para verificar se a informação é falsa é ver a data da notícia: a maioria se repete. “As fake news são cíclicas. A informação falsa de que a vacina causa autismo, por exemplo, de tempos em tempos aparece. As próprias imagens são as mesmas, de ano em ano.”
Ele lembra que a primeira vez que a pasta criou um grupo de controle de fake news ocorreu em 2008, quando sites passaram a vincular a campanha de vacinação contra a rubéola a uma tentativa de esterilização das mulheres. A situação levou o governo a criar força-tarefa para esclarecer.
Em abril, ganhou força em grupos do WhatsApp um áudio com voz feminina que dizia que a OMS (Organização Mundial de Saúde) não divulgava mortes em Goiás pelo vírus “H2N3” para “não alarmar a população”. O vírus, porém, nem sequer existe no Brasil —nem em nenhum lugar do mundo. A informação foi uma das que ganharam um selo “O Ministério da Saúde adverte: isso é fake news”.
EMPRESAS DIZEM COLABORAR PARA EVITAR AS DESINFORMAÇÕES
O WhatsApp informou que, “dada a natureza privada” da plataforma, tem focado em “educar as pessoas sobre desinformação” e na capacitação de usuários com novas opções de controle no aplicativo —caso do marcador que avisa aos usuários quando uma mensagem foi encaminhada.
Já o Twitter diz que trabalha para “coibir tentativas de manipulação das conversas” na plataforma. “Uma das frentes prioritárias em que atuamos é a luta contra spam e contas automatizadas mal-intencionadas”.
O Facebook diz que lançou ferramenta de verificação de notícias denunciadas como falsas em parceria com as organizações de checagem Agência Lupa, Aos Fatos e AFP. “Se identificarem que não há fatos que sustentem o conteúdo, as postagens terão sua distribuição reduzida no feed de notícias e não poderão mais ser impulsionadas”, informa.
O número para solicitar checagem do Ministério da Saúde via WhatsApp é (61) 99289-4640. Você pode repassar esse texto para o maior número de pessoas possível.
MANUAL PARA NÃO PROPAGAR FAKE NEWS
- Busque a fonte original
- Faça uma busca na internet: muitos casos já foram desmentidos
- Cheque a data: a “novidade” pode ser antiga
- Leia a notícia inteira
- Cheque o histórico de quem publicou
- Se a notícia não tem fonte, não repasse
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