O QUE DIZ A MÍDIA
15/12/2021 - Gripe avança em SP com nova cepa em circulação
A cidade de São Paulo tem tido crescimento de casos de gripe pelo vírus influenza nas últimas duas semanas. Médicos, pesquisadores e lideranças comunitárias relatam a alta de atendimentos nos postos de saúde e pronto-socorros, além de internações.
No Hospital São Paulo, por exemplo, 19 pessoas foram internadas em leitos clínicos nos últimos sete dias, segundo a infectologista Nancy Bellei, coordenadora de testagem da unidade.
Ela associa o aumento à nova cepa do vírus Influenza A H3N2. A variante, chamada Darwin, escapa da vacina contra o vírus aplicada este ano no Brasil e está em circulação no Rio de Janeiro, que vive uma epidemia de gripe.
INTERNAÇÕES
O número de internados no Hospital São Paulo, na zona sul paulistana, cresceu na última semana e supera os casos de covid-19, relata a médica. “Tendo uma média de três a quatro pacientes com gripe internados por dia, contra a média de um com covid.”
No Hospital Emílio Ribas, pelo menos duas pessoas diagnosticadas com Influenza estavam ontem internadas em leitos de UTI. Segundo o infectologista Jamal Suleiman, que coordena o setor epidemiológico do hospital, os casos subiram e, na maioria, apresentam sintomas leves. “Mas também temos casos graves”, afirma.
Além da circulação da nova cepa, uma das justificativas para o aumento de casos é o relaxamento do uso da máscara e o aumento das aglomerações depois de praticamente dois anos de pandemia.
“Já era um fato esperado, porque as pessoas passaram dois anos se protegendo de uma maneira melhor e agora relaxam. Ficam suscetíveis”, disse Suleiman Segundo o virologista Celso Granato, do Grupo Fleury, os casos tendem a ser mais graves entre crianças até 4 anos, pessoas idosas ou com comorbidades.
Outro fator para a maior gravidade é o tempo que o Brasil está sem registrar surtos de gripe por causa do distanciamento social da pandemia.
“Quando você tem gripe de vez em quando, mantém um certo estímulo para a produção de anticorpos.” Na avaliação de Granato e de Suleiman, ainda não é possível afirmar que São Paulo vive uma epidemia. Eles afirmam que o atípico é a sazonalidade do aumento de casos, já que isso costuma ocorrer perto do inverno.
Fonte: O Estado de S.Paulo