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23/04/2019 - Hanseníase: com diagnóstico precoce, podemos vencê-la
Saúde Abril
A hanseníase, que um dia já foi chamada de lepra, está entre as doenças ditas negligenciadas, que acometem as populações mais pobres do planeta. A Índia ocupa o primeiro lugar em número de casos, mas o Brasil vem logo atrás, na segunda posição. A imagem negativa da enfermidade remonta aos tempos bíblicos, quando ela causava incapacidades físicas estigmatizantes e praticamente nada podia ser feito. No entanto, essa visão não corresponde à realidade atual. Já existe um tratamento eficaz e capaz de curar a hanseníase. Mas, afinal de contas, o que é essa doença?
Trata-se de uma infecção provocada pela bactéria Mycobacterium leprae. O contágio se dá pelas secreções da respiração, da mesma forma que a gripe: uma pessoa infectada pode disseminar o micro-organismo ao respirar perto de outra. A maioria da população possui uma resistência natural contra a bactéria da hanseníase — assim, pouca gente que entra em contato com os indivíduos não tratados de fato adoece.
O problema atinge em especial a pele e os nervos periféricos. Surgem manchas brancas ou avermelhadas que podem se elevar (lembrando placas), além de caroços. A principal característica das lesões é uma diminuição da sensibilidade ao calor, ao frio e à dor. Isso porque, em todos os casos, os nervos periféricos ficam comprometidos.
Quando só as terminações dos nervos na pele são afetadas, surge a sensação de dormência e formigamento nas manchas. Agora, se todo o nervo é acometido, o quadro pode vir acompanhado de perda da força nas mãos e nos pés.
Pacientes com maior resistência e diagnóstico precoce apresentam poucas manchas e menor quantidade de bactérias (carga bacilar). Já os com baixa resistência e detecção tardia tendem a exibir uma maior disseminação das lesões na pele e grande carga bacilar.