Envio de dados é obrigatório até dia 10, e há risco de perda de recursos do Ministério da Saúde; em Guarulhos, só 4 de 68 unidades usam prontuário eletrônico.
25/11/2016 - Hospitais de SP têm dificuldade para implementar sistema de dados eletrônico
Por: G1
Hospitais de municípios do estado de São Paulo estão com dificuldade para cumprir o cronograma do Ministério da Saúde para enviar eletronicamente informações dos pacientes que passam pelo atendimento público municipal. De acordo com o ministério, no estado, menos da metade das 3.013 unidades básicas usa o sistema eletrônico, que permite encaminhar as informações dos pacientes para o governo federal.
O envio de dados eletrônicos para Brasília, incluindo resultados dos exames e remédios retirados pelos pacientes, tem prazo até o próximo dia 10. Os municípios que não fizerem o envio correm o risco de sofrer corte nas verbas repassadas pelo Mistério da Saúde, que incluem valores referentes aos programas de saúde da família e nas escolas.
Na capital paulista, por exemplo, das 400 unidades, somente 100 têm o prontuário eletrônico. Na UBS Meninópolis, na Zona Sul de São Paulo, o sistema ainda não foi implantado, mas as fichas já começaram a ser feitas no computador. Só que isso não basta – é preciso enviar as informações para o Ministério da Saúde.
O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, diz que já manda dados básicos, como o cadastro do programa de saúde e da família. Mas reconhece que o prontuário eletrônico ainda vai demorar para chegar em todas as unidades.
"Por conta da capacitação dos profissionais, você pode implementar isso em cerca de 2 anos. Então, a previsão é até 2016, são 100 [na cidade de São Paulo]. 2017, conclui 256 unidades, 2018 poder concluir em todas as unidades o prontuário eletrônico na cidade de São Paulo", afirmou o secretário o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha.
Em Guarulhos, o segundo maior município do estado, das 68 unidades básicas de saúde, apenas 4 já estão com o prontuário eletrônico funcionando. Em uma das unidades básicas de saúde do município que já informatizou o sistema os pacientes aprovaram. Em outros, como na UBS Flor das Montanhas, a falta de prontuário eletrônico não é o único problema. Um paciente reclama que não há médico e que as consultas são agendadas depois de semanas.
"Estou com minha pressão alta há dias e preciso de uma consulta e nunca tem médico. Há uns dois meses que venho aqui direto e nunca tem”, diz uma paciente.
A secretaria municipal de Saúde de Guarulhos diz que o prontuário já foi implantado em 44 unidades da cidade, mas ainda não começou a funcionar por falta de equipamentos – como computadores. Por enquanto, Guarulhos só envia dados básicos para o ministério, como número de atendimentos.
Paulo Alexandre de Moraes, técnico de atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde Guarulhos, diz que a cidade está atuando junto ao governo federal para não perder recursos.
"O ministério da Saúde abriu a possibilidade da justificativa, de todos os esforços que o município está realizando. Aí, entrar em contato, documentar isso por ofício e mostrar as nossas dificuldades pro ministério. Diante disso a gente acredita não haver uma possibilidade de perda de dinheiro", afirmou Moraes.