O QUE DIZ A MÍDIA
10/09/2021 - Impasse adia terceira dose em cidades de SP
O impasse entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo a respeito do uso da CoronaVac como terceira dose para os idosos fez ao menos oito cidades do estado suspenderem a vacinação até 15 de setembro, quando está programada a entrega de imunizantes da Pfizer.
O Ministério da Saúde excluiu a CoronaVac do plano dereforço soba justificativa de que o imunizante pode produzir maior resposta imune se for seguido por uma terceira dose que utilize outra tecnologia, de preferência a da vacina da Pfizer, de RNA mensageiro.
A recomendação da pasta, porém, contrasta com as orientações do próprio estado de São Paulo, que tem defendido a CoronaVac para o reforço.
No primeiro dia de aplicação da terceira dose em São Paulo, na última segunda-feira, 99,2% das imunizações foram com a vacina do Butantan, segundo o governo paulista.
Deacordo com especialistas da área dasaúde, embora a CoronaVac ajude a prevenir formas graves e óbitos por Covid-19, ela não seriaa melhor opção parao reforço na população idosa. Isso porque nesse grupo em que o sistema imune também envelhece é mais difícil alJOEL SILVA/FOTOARENA Controvérsia. Uso do imunizante do Butantan em idosos, com imunidade mais frágil, é é defendido pelo governo de SP, mas esbarra em críticas de especialistas cançar uma maior resposta de defesa contra o vírus. Por isso, defendem, o ideal seria oferecer a vacina que mais produz anticorpos.
Em decisão colegiada na última quarta-feira, os municípios de Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Embu Guaçu, Cotia e Vargem Grande Paulista definiram que a aplicação da terceira dose contra a Covid-19 ficará suspensa até o dia 15 de setembro. Caso o Ministério da Saúde não entregue os imunizantes previstos, os municípios vão seguir a orientação do governo de São Paulo eusara Coronavac.
Ao GLOBO, o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), disse que o consenso foi definido em uma reunião extraordinária dos secretários de Saúde dos oito municípios junto com os representantes da vigilância epidemiológica do Estado.
O encontro foi pautado pelas próprias cidades, após o estado informar que qualquer imunizante poderia ser utilizado, mas encaminhar apenas a CoronaVac. Segundo Santos, o impasse entre governos estaduale federal preocupa os prefeitos e acaba prejudicando a população: — Para nós, prefeitos, essa situação é muito ruim, até porque nós estávamos com a expectativa de acabar o quanto antes a vacinação.
Quando veio essa decisão do Ministério da Saúde referente àCoronaVac, foium banho de água fria para todos nós. Ficamos preocupados justamente por conta dessas discussões que andam envolvendo o governo estadual e o federal. Quem acaba pagando um preço alto com tudo isso é a população. Espero que esse impasse se resolva o quanto antes ea gente retome também a imunização de toda a população — afirmou o prefeito.
Em nota, a prefeitura de Taboão da Serra também disse que a decisão de não realizar a aplicação da terceira dose foi tomada após “impasse” entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo sobre qual imunizante pode ser utilizado.
Já a prefeitura de Cotia informou que segue aguardando deliberação do estado e do Ministério da Saúde sobre qual imunizante será utilizado, bem como o recebimento das doses que serão utilizadas nesta fase da campanha. “Cotia aguardará a deliberação do Estado e União até o dia 15 de setembro, se até lá não houver definição/acordo entre eles, o município inicia a terceira dose com CoronaVac”, dizanota.
DOSES PARADAS Em nota, o governo de São Paulo informou que os oito municípios têm, juntos, cerca de 4 mil doses de vacinas contraa Covid-19 “paradas” e que já poderiam estar em uso para a aplicação, conforme recomendação do Comitê Científico de São Paulo.
“Estas doses foram entregues na sexta-feira e poderiam estar em uso nasegundafeira Infelizmente, estas cidades optaram por ignorar a orientação do Plano Estadual de Imunização, que é clara e indica a adoção de todos os imunizantes em uso na rede pública de saúde para a aplicação da dose adicional, visto que todos são seguros e eficazes. A medida foi avaliada e aprovada pelo Comitê Científico” dizanota.
Fonte: O Globo