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28/05/2021 - Instituto Butantan retoma produção da CoronaVac

O Butantan retomou, na madrugada de ontem, a produção da CoronaVac, vacina contra o coronavírus produzida pela Sinovac em parceria com o instituto paulista. Paralisado desde o dia 14 de maio por falta de matéria-prima, o envase foi reiniciado após o recebimento de 3 mil litros de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que chegaram a São Paulo na noite da última terça-feira.

Mais cinco milhões de doses serão processadas para serem entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. A matéria-prima, enviada pela biofarmacêutica Sinovac, parceira do Butantan, passará pelos processos de envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade para que a vacina seja entregue ao PNI.

No último dia 14, o Butantan havia suspendido completamente a produção da CoronaVac por falta de matéria-prima. Cidades de ao menos 18 estados chegaram a interromper a vacinação com a segunda dose por falta do imunizante.
Segundo o instituto, a partir do momento em que o IFA chega ao Butantan, aguarda-se, em média, 24 horas para que seja possível iniciar o envase. Nesse período, são avaliados diversos fatores, como a variação de temperatura sofrida com a viagem.

O governo de São Paulo estima que novas doses da CoronaVac sejam entregues ao Ministério da Saúde para o PNI no prazo de 14 dias.
—O Butantan opera 24 horas por dia para dar velocidade à produção de vacinas. No prazo limite de 14 dias nós já estaremos entregando esses 5 milhões de doses da vacina — disse ao G1 o governador de SP, João Doria (PSDB), na última terça-feira.

A China é fornecedora de matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como da vacina Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz. A produção da Fiocruz também foi suspensa por falta de insumos. No último sábado, dia 22, chegou ao Rio de Janeiro um novo lote de insumos suficiente para 12 milhões de doses. A produção foi retomada na terça-feira.

Na segunda-feira, João Doria chegou a afirmar que o Instituto Butantan iria receber um novo lote com 4 mil litros de matéria-prima para a produção da CoronaVac, mas posteriormente a previsão foi revista para 3 mil litros. O último carregamento com 1,1 milhão de doses prontas foi entregue ao Ministério da Saúde no dia 14 de maio. O atraso na liberação de exportação da matéria- prima pelo governo chinês prejudicou o calendário proposto para o PNI.

Segundo o Butantan, os 3 mil litros entregues nesta terça fazem parte de um lote com 10 mil litros de IFA no total, que já foi disponibilizado pela Sinovac e seria suficiente para a produção de 18 milhões de doses da CoronaVac.
O governo estadual atribui os entraves na importação a problemas de diplomacia causados pelo governo federal devido às constantes declarações contra a China.

Fonte: O Globo