O QUE DIZ A MÍDIA
30/11/2020 - Isolamento social sobe após seis meses
O índice de isolamento social da população voltou a subir em novembro, depois de registrar o nível mais baixo de toda a série no mês de outubro, apontam dados do Mapa de Calor, plataforma digital criada pelas operadoras de telecomunicações durante a pandemia de covid-19.
“Isso aponta que as pessoas podem estar preocupadas com uma possível segunda onda do novo coronavírus”, afirmou Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as maiores operadoras do País. Apurada a partir de dados coletados desde fevereiro, a taxa de isolamento atingiu 47,1% no mês passado, pior nível da série, e subiu para 47,7% em novembro. De acordo com Ferrari, em fevereiro, na média nacional, o índice de isolamento estava em 37%.
Esse nível serviu como referência para apurar a evolução do isolamento ao longo dos meses seguintes. Em março, ele subiu para 42,8%, e o melhor resultado foi apurado em abril, de 52,4%. Depois disso, houve recuo em todos os meses seguintes: 52,1% em maio; 50,4% em junho; 49,1% em julho; 48,5% em agosto; 47,8% em setembro; e 47,1% em outubro. Em novembro, ele subiu pela primeira vez em seis meses, para 47,7%. Os dados mostram que, mesmo sem quarentena, 30% da população permanece em casa ou se locomove pouco diariamente – suficiente para que o celular permaneça conectado a uma única antena ao longo do dia.
Outros 30% são trabalhadores de serviços essenciais e não ficam em casa em hipótese nenhuma. O sucesso do isolamento, portanto, deve ser medido entre os 40% restantes. Quanto mais próximo de 70%, maior o índice de isolamento do município, Estado ou País. “Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento, podemos dizer que a normalidade não voltou e as pessoas continuam a se preservar de forma espontânea”, explicou Ferrari. A ferramenta entrou no ar em 22 de abril e ficará disponível até 31 de dezembro para todos os Estados, capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. Ao todo, 17 Estados e 22 municípios aderiram à plataforma, o que permitiu cobertura de 90% da população.
Para ter acesso à plataforma, os governantes assinaram acordo de cooperação técnica com as operadoras, receberam apenas cinco chaves de acesso e concordaram com os termos de responsabilidade e confidencialidade. Não é possível baixar os dados. O sistema é integrado pelas quatro maiores operadoras do País – Claro, Vivo, TIM e Oi – e tem parceria das empresas Hugtak, Imagem/Esri, e Microsoft, que ofereceram estatísticas, mapas interativos, painéis virtuais e espaço na nuvem de forma gratuita. Os dados mostram o porcentual de linhas conectadas em cada antena ao longo do dia e não identificam nome do usuário, número do telefone ou operadora.
As manchas de calor se alteram conforme aglomerações. A movimentação de uma única pessoa não afeta o indicador. Também é possível verificar os indicadores de aglomeração em áreas de até 4 quilômetros quadrados, como zonas específicas e bairros – o Aeroporto de Guarulhos e o Parque do Ibirapuera, por exemplo.
Fonte:O Estado de S.Paulo