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Com 86 anos de história em defesa dos médicos e de um sistema de assistência de qualidade aos cidadãos, a Associação Paulista de Medicina acompanha com consternação e preocupação a crise na rede de saúde pública de São Carlos, provocada pelo prefeito Airton Garcia Ferreira ao demitir 89 profissionais de Medicina e ao fechar duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), trazendo enormes prejuízos à população, principalmente aquela de baixa renda que depende exclusivamente do SUS para alívio de sua dor e sofrimento.

Lembramos o que diz a Constituição Federal, de 1988, que “a Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Ao tomar esta atitude, o prefeito age como se vivêssemos em um País sem Lei e Constituição, ignorando o Estado de Direito.

Como forma de acobertar a ineficiência de sua gestão e a inexistência de uma adequada politica de saúde, o prefeito dirige-se à população de São Carlos buscando responsabilizar os médicos por esta situação, pois já ocupou veículos de imprensa fazendo afirmações que denigrem toda uma classe profissional.

Os médicos têm responsabilidade no exercício de sua profissão, procuram exercê-la dentro de elevados padrões técnicos e científicos, com humanismo e dedicação, muito embora na maioria das vezes trabalhem em péssimas condições, sem infraestrutura adequada para poder oferecer ao paciente todos os benefícios que a Ciência oferece. Registramos que esta sim é uma responsabilidade do gestor público. Ao candidatar-se a qualquer cargo, assume de forma implícita tal compromisso com a população que o elegeu.

A responsabilidade de pôr fim à atual crise é do prefeito Airton Garcia Ferreira; e a Associação Paulista de Medicina repudia com veemência qualquer tentativa de transferir para a classe médica este ônus.

Foto: Especial Publicitário Prefeitura de São Carlos