Medicina em luto por Luiz Celso Mattosinho França

12/01/2017 - Medicina em luto por Luiz Celso Mattosinho França

Nesta quinta-feira, a Medicina está em luto pelo falecimento do patologista Luiz Celso Mattosinho França. Aos 85 anos, o ex-presidente da Academia de Medicina de São Paulo e um dos delegados mais atuantes da Associação Paulista de Medicina (APM) nos deixou após anos de uma carreira prolífica e uma enorme contribuição à comunidade médica ao longo de toda a sua atuação.

Além do cargo máximo na Academia, Mattosinho, desde 1986, ocupou os postos de tesoureiro, membro da comissão de patrimônio e secretário-geral. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também foi estagiário e médico residente de anatomia patológica no Hospital das Clínicas da FMUSP. Continuou a especialização no Baptist Memorial Hospital (na Flórida) e no Memorial-Sloan Kettering Cancer Center (Nova York).

Além de manter seu consultório particular, Mattosinho trabalhou no Hospital do Servidor Público Estadual, participando da estruturação de alto padrão do hospital. Também passou pelo Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina. Defendeu sua tese de doutoramento em 1972, sobre o tema Citologia do Ducto Torácico.

No campo das pesquisas, inclusive, Mattosinho é autor do livro "Patologia Cirúrgica e Epidemiologia: Relato de 1.187.380 Casos”, que apresenta o acervo de seu laboratório, com análises sobre todos os casos que atendeu na carreira. "Este livro é extraordinário e digo, com bastante segurança, que é o único do gênero no mundo. Mattosinho foi um médico que extrapolou as fronteiras nacionais com trabalhos como esse”, avalia Guido Arturo Palomba, diretor Cultural da APM.

"Perdemos um grande nome da Medicina mundial. A obra que Mattosinho deixou é enorme. Não à toa ele recebeu homenagens e reconhecimento por todo o mundo. Como pessoa também era extraordinariamente agradável, um questionador, muito inteligente. Foi extremamente dedicado à Academia. Deu muito de sua alma à instituição e hoje a Academia tem muito da alma de Mattosinho”, relata Palomba.

O presidente da APM, Florisval Meinão, também lamentou a partida do colega. "Um grande médico nos deixa, um dos maiores da Patologia. Mattosinho foi um grande casuístico e um excelente delegado em nossa Associação, além de ter feito um trabalho notório ao longo de todos esses anos na Academia de Medicina de São Paulo, instituição que sempre representava em nossas reuniões e ações de Defesa Profissional.” 

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