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11/06/2012 - Médicos federais protestam e governo decide não reduzir salários
Depois da manifestação na Unifesp, ministra das Relações Institucionais afirmou que a MP 568 será corrigida
Cerca de 600 médicos reuniram-se na manhã de 12 de junho, em frente à Escola Paulista de Medicina / Unifesp, para protestar contra artigos da Medida Provisória 568 que reduzem os salários dos médicos federais em até 50%. A manifestação durou duas horas e foi marcada por cinco mil balões pretos no céu em sinal de protesto.
Ainda antes do almoço, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, fez um pronunciamento oficial dizendo que houve um "erro” na edição da medida provisória que estipulou a redução dos salários. Segundo ela, o conteúdo será corrigido durante a tramitação na Câmara e no Senado. Confira aqui a entrevista publicada na Folha.com.
Em seguida, os representantes das entidades médicas e dos profissionais da Unifesp e de outros prejudicados por pontos da MP 568 foram à Assembleia Legislativa de São Paulo para participar de uma reunião da Comissão de Saúde, presidida pelo deputado estadual Marcos Martins, que recebeu dos integrantes um manifesto público sobre a questão. Os deputados que integram a Comissão de Saúde mostraram-se favoráveis aos médicos e se dispuseram a elaborar um documento oficial de apoio à categoria. O objetivo é sensibilizar, por meio deles, os deputados e senadores em Brasília.
Para reforçar as manifestações favoráveis aos direitos dos médicos, a Comissão de Saúde convidou os representantes das entidades médicas e dos funcionários da Unifesp a comparecer, nesta sexta-feira (15/6), à audiência pública que terá a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, às 15 horas, na própria Assembleia.
Além disso, na próxima segunda-feira (18/6), será realizada uma nova assembleia na Unifesp, ao meio-dia, no Anfiteatro A (Rua Botucatu, 740, subsolo), com a presença de todas as entidades médicas.
Em defesa dos médicos
Representantes de diversas entidades médicas participaram da manifestação em frente à Unifesp. Entre elas, Associação Paulista de Medicina (APM), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), Associação Brasileira das Mulheres Médicas (ABMM) e Associação Médica Mundial (AMM). Além das entidades e dos médicos ligados à Escola Paulista de Medicina / Unifesp, os vereadores Jamil Murad e Gilberto Natalini também marcaram presença na manifestação.
O presidente da APM, Florisval Meinão, e os diretores de Defesa Profissional, João Sobreira de Moura Neto e Marun David Cury, esclareceram que a entidade solicita o apoio da Unifesp e dos parlamentares da Assembleia Legislativa para efetivamente garantir que o Executivo cumpra a decisão de rever os itens que são prejudiciais aos médicos.
"Mais que discutir a redução de salários dos servidores federais, nos reunimos para reivindicar os direitos de todos os médicos. Depois que fomos para a rua protestar contra os artigos da MP 568, percebemos que o Legislativo começou a se manifestar em nosso favor e, então, passamos a aguardar a resposta final do Executivo também. Vamos acompanhar as ações que serão iniciadas durante os próximos 60 dias, tempo máximo para que esta medida provisória seja revista na Câmara e no Senado”, revela Florisval Meinão, presidente da APM.
Na Unifesp, os representantes dos médicos foram recebidos pelo diretor Antônio Carlos Lopes, que reiterou seu apoio ao movimento contra a redução dos salários dos médicos federais e tranquilizou os participantes sobre o andamento da discussão no Congresso, já que, semanas atrás, o diretor foi recebido pelo senador Eduardo Braga, relator da Comissão Mista que analisa a MP 568, e este garantiu que os artigos que tratam da redução de salário seriam revistos.
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