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21/05/2021 - Mulheres com HIV-HPV podem ter progressão rápida para câncer do colo do útero

No Brasil, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV (PVHIV), com maior concentração na faixa etária de 25 a 39 anos, sendo que, dos casos registrados, 52,4% correspondem ao sexo masculino e 48,4% ao sexo feminino. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2020.

Considerando as mulheres vivendo com HIV (MVHIV), estudos trazem uma taxa de incidência de câncer cervical [do colo do útero] invasivo de 26 pessoas/ano, em comparação com 6 por 100 mil pessoas/ano em mulheres negativas para HIV - informa o Departamento das Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CGIST/DCCI/SVS) em Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, de maio de 2021.

E frequentemente, essas mulheres estão infectadas com mais de um tipo de HPV, incluindo os de alto risco oncogênico. Com isso, a coinfecção HIV-HPV também favorece a progressão rápida de lesões precursoras para o câncer cervical e costumam ser de tamanho e número relativamente maiores, além de maior propensão à reincidência.

 

HPV e vacinação

O HPV é a abreviação em inglês para papilomavírus, um vírus da família Papovaviridae. É uma infecção sexualmente transmissível que, muitas vezes, não causa sintomas, mas pode provocar verrugas genitais em homens e mulheres. Atualmente, possui mais de 200 genótipos diferentes e identificados por números, sendo que 13 deles possuem alto potencial oncogênico.

No mundo, a prevalência de infecção por HPV em mulheres sem anormalidades cervicais é de 11% a 12%, com taxas mais altas encontradas na África Subsaariana (24%), na Europa Oriental (21%) e na América Latina (16%).

Dentre as consequências da infecção, a mais comum é o câncer do colo do útero, em que 99% dos casos são causados por essa infecção viral, destaca o boletim. No Brasil, em 2019, 6.596 mulheres foram a óbito, correspondendo uma taxa de 5,33/100 mil mulheres.

O controle de HPV - também como principal medida de prevenção do câncer cervical - é de grande importância para a saúde pública. Nesse aspecto, desde 2015, o Ministério da Saúde disponibiliza a vacina quadrivalente contra a infecção para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e pessoas imunossuprimidas (PVHIV, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos) de 9 a 26 anos.

“É importante ressaltar que a vacinação é uma ferramenta de prevenção primária, a qual não substitui o rastreamento do câncer do colo do útero realizado por meio do exame preventivo. Também não confere proteção contra todos os subtipos oncogênicos de HPV, além de não proteger contra HIV, hepatites virais ou outras infecções sexualmente transmissíveis (IST)”, reforça o documento.