DEU NA MÍDIA
26/04/2017 - Nº de leitos pediátricos de internação cai 77% em hospitais de Americana e cidade fica sem UTI infantil
Levantamento mostra que cidade está com 16 leitos nas redes pública e privada, e em 2010 tinha 72 vagas para internação de bebês e crianças.
Em pleno período de aumento nos casos de doenças respiratórias, a cidade de Americana (SP) está com 16 leitos pediátricos para internação nas redes pública e privada. Em 2010, no entanto, a cidade contava com 72 leitos infantis. A redução de 56 vagas para bebês e crianças representa uma perda de 77% no número de leitos de internação nos últimos sete anos. E, além disso, a cidade também não possui mais nenhuma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica.
Nesta quarta-feira (26), a Prefeitura confirmou ao G1 que o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi não possui leitos para internação pediátrica, mas, sim, dez vagas na sala de observação, onde os pacientes aguardam o efeito de medicação, por exemplo, até serem liberados.
"As crianças que precisam ficar internadas pelo SUS são encaminhadas ao Hospital São Francisco, que disponibiliza oito leitos", informou a Prefeitura.
Além destes oito leitos no Hospital São Francisco, entidade filantrópica que tem parceria com a Prefeitura, a rede privada também possui somente oito vagas para internação infantil, de acordo com um levantamento feito pela EPTV, afiliada da TV Globo.
Fechamento de hospital em 2015
O maior impacto na redução de leitos em Americana ocorreu com o fechamento do Hospital Infantil André Luiz, em 2015. Desde então, a cidade perdeu 35 leitos.
Segundo a Prefeitura, a justificativa para o encerramento das atividades na unidade é porque o número de internações era baixo, e o repasse financeiro não era suficiente para manter o hospital.
Sem UTI infantil
Em relação às UTIs infantis, eram nove em 2010 e, atualmente, não há mais UTIs na cidade.
A Prefeitura informou, por nota, que só o Hospital Municipal possuía cinco leitos de UTI pediátrica. Eles tiveram que ser desativados porque o município não conseguiu a "cobertura de profissionais especializados, bem como a retaguarda médica também especializada em pediatria, no período de 24 horas", informou por nota.
Os casos mais graves que precisam de UTI são submetidos à Central Regional de Vagas, que busca hospitais com leitos intensivistas disponíveis na região.
Menos leitos no estado e no Brasil
De acordo com um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria, o estado de São Paulo foi o que mais perdeu leitos de internação infantil entre os anos de 2010 e 2016.
No período, 1.109 leitos pediátricos do SUS foram desativados. Nas unidades privadas, São Paulo perdeu 586 leitos. O balanço aponta que o estado tinha, em 2016, 7.512 leitos pediátricos no total.
No Brasil, havia 48.252 leitos deste tipo no SUS em 2010 e o número caiu para 38.160 em 2016. Ou seja, o SUS deixou de ter 10.092 leitos infantis. Na rede particular, o número caiu de 10.914 para 9.878 leitos de internação para crianças e bebês, no país.
Por: G1