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01/12/2021 - Nova cepa circulava na Europa antes da proibição de viagens da África

Autoridades de saúde da Holanda afirmaram ontem que a variante Ômicron do coronavírus já estava presente no país em 19 de novembro, uma semana antes do que se acreditava até agora.
Cientistas em vários países da Europa estão refazendo testes para descobrir a rapidez com a qual a nova cepa se propagou.
Os primeiros casos conhecidos ainda são da África meridional.
As primeiras amostras identificadas foram coletadas no dia 9 de novembro, de um homem de 34 anos e outro de 23 anos, em Johannesburgo, na África do Sul, de acordo com a iniciativa científica global Gisaid. Em 11 de novembro, cinco amostras da variante foram coletadas em Botswana.
Os especialistas, porém, alertam que a variante Ômicron pode ter se originado em outro lugar. Mesmo os países desenvolvidos, com programas de sequenciamento avançados, analisam apenas uma pequenas parte de seus casos.
Laboratórios em muitos países agora estão vasculhando amostras coletadas nas últimas semanas.
Foi assim que o Instituto Holandês de Saúde e Meio Ambiente detectou a variante Ômicron em dois testes feitos em 19 e 23 de novembro. Até agora, se pensava que os primeiros casos da nova cepa na Holanda eram os 14 positivos que desembarcaram em Amsterdã em dois voos procedentes da África do Sul, no dia 26.
O anúncio sugere que a variante já havia chegado à Europa antes que a Organização Mundial da Saúde a rotulasse, na semana passada, como “preocupante”, levando países ao redor do mundo a entrarem em uma corrida para proibir voos de países do sul da África, onde os pesquisadores primeiro a identificaram.
Até ontem, casos da variante haviam sido relatados em 20 países, sendo 13 deles na Europa, segundo a agência de saúde da União Europeia. De acordo com o ministro da Saúde holandês, Hugo de Jonge, ainda não está claro se as amostras infectadas coletadas pertencem a pessoas que estiveram recentemente no continente africano. O resultado dessa investigação pode ter impacto sobre o que sabemos a respeito da origem da variante e sobre o contágio local pela nova cepa em território europeu.
“Serão realizados estudos para determinar a distribuição da variante Ômicron na Holanda”, explicou o instituto, que vai examinar novamente amostras anteriores ao início das buscas pela cepa. Com 16 casos confirmados, a Holanda é um dos países mais afetados pela variante Ômicron na Europa. Os 14 casos que chegaram a Amsterdã estão atualmente em quarentena.
Embora pouco se saiba sobre o quanto a variante Ômicron é transmissível ou se ela pode escapar das vacinas existentes, sua descoberta em Botswana e na África do Sul criou o momento de maior incerteza na pandemia desde que a cepa Delta, altamente contagiosa, surgiu. O anúncio da Holanda também destacou que os cientistas ainda não podem dizer com certeza onde ou quando a variante se originou.
PRESSÃO
Autoridades de toda a Europa temem que a Ômicron aumente a pressão sobre países que já estão sofrendo os piores surtos de coronavírus desde o início da pandemia. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) afirmou ontem que, até o momento, 42 casos da nova variante foram confirmados em 13 países do continente.
Andrea Ammon, diretora da ECDC, disse que todos os casos confirmados na Europa tiveram sintomas leves ou mesmo nenhum, e as autoridades europeias estão analisando seis outros casos “prováveis”.
Ammon também afirmou que as autoridades de saúde estão conduzindo testes adicionais em pessoas que se recuperaram de quadros causados pela Ômicron para avaliar como a variante se comporta em pessoas vacinadas.
De acordo com ela, mais detalhes devem ser conhecidos em “algumas semanas”.
Fonte: O Estado de S.Paulo